Bush apela ao regresso à normalidade para combater o terrorismo

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Bush garantiu que os Estados Unidos vão derrotar os inimigos da liberdade Steve Schafer/EPA

O Presidente norte-americano, George W. Bush, apelou ontem aos norte-americanos para permanecerem alerta, mas regressarem à normalidade do seu quotidiano. Num discurso à nação, em Atlanta, perante uma audiência de cinco mil pessoas que o aplaudiu, Bush disse que essa era a melhor forma de combater os terroristas.

"Um alerta terrorista não é um sinal para pararmos as nossas vidas. É um pedido para ficar vigilante - saber que o nosso Governo está alerta e acrescentar os nossos olhos e ouvidos aos seus esforços para encontrar e deter aqueles que nos querem magoar", disse Bush, esclarecendo ao longo de todo o discurso que há uma diferença entre estar alerta e ficar intimidado. Para o Presidente norte-americano, uma grande nação como os Estados Unidos não vai ficar intimidada. "As pessoas estão a regressar ao seu quotidiano, trabalham e vão as compras e brincam, vão às igrejas, sinagogas e mesquitas rezar, vão ao cinema e ver jogos de baseball. (...) Este é o maior repúdio ao terrorismo".Bush disse ainda que a melhor maneira para proteger os norte-americanos, assegurar que as crianças vivem em paz, é levar a batalha ao inimigo e detê-lo. Os militares foram também alvo de homenagem por parte do Presidente norte-americano, que esclareceu que as forças operacionais estão a destruir campos de terroristas, comunicações e defesas dos taliban, tendo começado também já os ataques às linhas da frente, onde o regime de Cabul luta com a Aliança do Norte.

"Ao contrário do inimigo, nós respeitamos a vida", disse Bush

O Presidente norte-americano estabeleceu também a diferença entre os americanos e os terroristas, lançando nas entrelinhas respostas a muitas das críticas que têm sido ouvidas nas manifestações anti-americanas contra os ataques no Afeganistão. Bush disse que ao contrário do que muitos pensam, os Estados Unidos não são uma nação egoísta, consumista, que só se preocupa com a sua própria riqueza. De acordo com o Presidente, a América está cheia de "pessoas bondosas, que querem a liberdade e oportunidades para todas as pessoas".
Bush sublinhou que ao contrário do inimigo, os americanos respeitam a vida, sendo prova disso, de acordo com o discurso do Presidente, a ajuda humanitária que está a ser feita aos refugiados afegãos.
"O nosso valor é a vida, os terroristas destroem-na. Nós valorizamos a educação, os terroristas não acreditam que as mulheres devem estudar, ter direito a cuidados de saúde, deixar as suas casas. Nós damos valor à liberdade de expressão, para os terroristas, a liberdade de expressão dá direito à execução".
De acordo com o Presidente, mostrar ao mundo quais são os valores da América é também uma forma de derrotar o terrorismo.
Passados quase dois meses dos atentados perpetrados contra os Estados Unidos a 11 de Setembro, Bush lembrou as vítimas e recordou que a América nunca mais pode votar a ser a mesma. Mesmo assim, segundo o Presidente a nação emergiu "mais forte, mais unida". O Presidente homenageou também bombeiros e polícias, militares e agora os carteiros e as pessoas que trabalham na distribuição postal e os médicos. Segundo Bush, a primeira ameaça aos Estados Unidos chegou por avião, no dia 11 de Setembro, a segunda está a chegar pelo correio. O antraz esteve assim também no centro do, tendo o Presidente procurado tranquilizar a população, explicando que estão a ser distribuídos antibióticos e as centrais de correios estão a ser limpas.
O discurso à nação terminou com uma homenagem aos passageiros do voo 93, que tentaram deter os terroristas, ao terem conhecimento dos atentados em Nova Iorque. O avião despenhou-se a sudeste de Pittsburgh, na Pensilvânia, não tendo atingido o alvo devido à luta dos passageiros com os terroristas. Bush lembrou o passageiro que disse "vamos a isso", dizendo que essas palavras são a expressão de um grande país. O Presidente americano concluiu o discurso afirmando que os norte-americanos já destruíram antes os inimigos da liberdade e que vão voltar a derrotá-los agora. "Americanos, vamos a isso".

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