Caso do menino nepalês já foi participado ao Ministério Público, confirma o CEPAC

“Os factos foram disponibilizados às autoridades competentes, a quem caberá fazer o seguimento da situação”, diz o Centro Padre Alves Correia em comunicado.

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A ministra da Administração Interna referiu o reforço do policiamento como forma de prevenção de incidentes nas escolas Daniel Rocha (arquivo)
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O caso do menino nepalês que terá sido vítima de bullying xenófobo por colegas, numa escola em Lisboa, foi participado às autoridades, confirmou esta quarta-feira, em comunicado, o Centro Padre Alves Correia (CEPAC).

“Os factos foram disponibilizados às autoridades competentes, a quem caberá fazer o seguimento da situação”, lê-se no documento, sabendo o PÚBLICO que foi feita uma participação ao Ministério Público.

Esta terça-feira, foi noticiado pela Rádio Renascença o caso de um menino nepalês de nove anos que terá sido atacado por um grupo de cinco colegas, que terão acompanhado as agressões físicas com insultos xenófobos. As agressões foram filmadas e divulgadas por WhatsApp.

A criança terá sido transferida a pedido da família para uma outra escola, mas nem a família, nem a escola, tinham ainda apresentado queixa às autoridades, refere a Renascença.

"Consideramos ser da maior importância uma maior sensibilização da sociedade portuguesa e um debate responsável e construtivo na opinião pública sobre estes fenómenos de violência, discriminação, racismo, xenofobia, alertando para a sua existência", diz o comunicado divulgado pelo CEPAC esta quarta-feira. "Estaremos empenhados na prevenção e desconstrução de narrativas que incitam à violência dirigida a pessoas imigrantes, entre outros grupos estigmatizados."

Depois de o episódio de bullying se ter tornado público, Margarida Blasco, a ministra da Administração Interna, apontou o “policiamento nas escolas” ou o “policiamento de proximidade” como forma de prevenção para casos semelhantes. Esta quarta-feira, o gabinete da ministra reforçou, numa resposta enviada ao PÚBLICO por escrito, o compromisso em “reforçar e reestruturar o dispositivo das forças de segurança”, mas não explicou se tal acontecerá com base num aumento do número de agentes no programa Escola Segura ou de outra forma.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também já condenou o incidente e pediu ao Governo para melhorar a resposta aos pedidos de regularização por parte de imigrantes.

À agência Lusa, o presidente da Niapal, a maior associação de nepaleses em Portugal, confirmou que existem mais casos de violência escolar contra filhos de imigrantes.

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