Taxa de desemprego sobe, mas marca dos cinco milhões de empregos volta a ser superada
Dados do INE mostram que primeiro trimestre do ano foi de subida, tanto do número de empregos, que atingiu novo máximo, como do número de desempregados.
Portugal voltou a ultrapassar, nos primeiros três meses deste ano, a marca dos cinco milhões de empregos, registando um novo máximo histórico neste indicador. Ainda assim, o trimestre foi também de ligeira subida da taxa de desemprego.
De acordo com os dados do inquérito do emprego publicados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, o número de empregos em Portugal retomou, no primeiro trimestre deste ano, uma tendência de crescimento, depois do recuo registado no final de 2023.
A população empregada cresceu 0,8% face ao trimestre imediatamente anterior, tendo sido criados mais 39,2 mil empregos neste período, o que chegou para voltar a colocar o número total de empregos acima da barreira dos cinco milhões.
No primeiro trimestre deste ano, havia, diz o INE, 5019,7 mil empregos em Portugal, um novo máximo da série estatística, superando os 5015,5 mil do terceiro trimestre de 2023, o outro único período em que a barreira dos cinco milhões foi superada.
Quando se olha para o número de pessoas desempregadas, contudo, a tendência também foi de subida, com o número a passar dos 354,6 mil do último trimestre do ano passado para 368,2 mil no arranque deste ano. Acentuou-se, assim, de forma ligeira, a tendência de subida da taxa de desemprego que já se tinha verificado no final de 2023. Depois de se ter situado em 6,1% no terceiro trimestre do ano passado e de ter subido para 6,6% no quarto, a taxa de desemprego passou agora para os 6,8% no primeiro trimestre de 2024. Este é, ainda assim, um valor que fica 0,4 pontos percentuais abaixo do registado no período homólogo do ano anterior.
Na interpretação dos dados publicados nesta quarta-feira, é preciso levar em conta que os indicadores resultantes do inquérito trimestral do emprego realizado pelo INE não descontam o efeito da sazonalidade. Isto quer dizer que, por causa do impacto dos empregos do Verão, a evolução do emprego e do desemprego é, normalmente, menos favorável no quarto e no primeiro trimestres de cada ano, sendo depois mais favorável durante os segundo e terceiro trimestres do ano.
Isto pode criar a expectativa de, num cenário de manutenção de um ritmo saudável de crescimento na economia, se voltar a assistir, no segundo trimestre deste ano, a um crescimento do número de empregos, para um novo máximo, e, eventualmente, a um recuo da taxa de desemprego.
Durante a última década, tem-se assistido em Portugal a uma tendência muito acentuada de redução da taxa de desemprego e de criação de novos empregos, apenas com interrupções de curta duração, como a ocorrida durante a pandemia.
De um máximo de 18,5% atingido no primeiro trimestre de 2013, passou-se agora para um valor quase três vezes menor, de 6,8%, tendo-se criado, no mesmo intervalo de tempo, mais de 900 mil empregos no país.