Sonae Sierra e PGIM criam aliança estratégica para investimentos hoteleiros

Acordo assinado entre a Sonae e a gestora global de imobiliário PGIM consiste no lançamento de “um novo veículo de investimento sob a forma de joint-venture” com toda a Península Ibérica no radar.

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Tiago Bernardo Lopes
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A Sonae Sierra anunciou esta terça-feira uma sociedade conjunta com a PGIM Real Estate para investimento na área da hotelaria que já comprou um primeiro hotel no Porto e prevê adquirir mais quatro em dois anos no Porto, Lisboa e Algarve.

“A joint-venture tem como objectivo adquirir e gerir activamente hotéis em destinos turísticos consolidados, unindo forças com a dedicada e experiente equipa de gestão operacional da Iberian Hospitality Solutions (IHSP), liderada por Gonçalo Batalha, que traz consigo uma vasta experiência e competências na área da hotelaria para esta plataforma”, avança o braço imobiliário do grupo Sonae (dono do PÚBLICO).

Nos termos de um comunicado divulgado esta terça-feira, o acordo assinado com a gestora global de imobiliário PGIM consiste no lançamento de “um novo veículo de investimento sob a forma de joint-venture – na qual a Sierra tem uma posição de 10% – inicialmente focada no mercado português, mas com toda a Península Ibérica no radar.

A joint-venture “visará hotéis de dimensão considerável em destinos turísticos consolidados e irá procurar implementar estratégias para maximizar a criação de valor”, sendo que a primeira aquisição já foi concretizada e é de um hotel “de categoria superior em pleno centro do Porto”, sobre o qual apenas foi dito que está já em fase de construção e com inauguração prevista para a segunda metade deste ano.

“Esta joint-venture marca mais um passo na estratégia de diversificação da Sierra, tanto do ponto de vista sectorial (hotelaria), como do tipo de investimento", justifica a empresa, "e tem como objectivo um valor bruto de activos (GAV) de 200 milhões de euros”, lê-se no comunicado.

Num encontro com jornalistas esta manhã, o presidente executivo da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, e a comissão executiva da empresa detalharam que o objectivo da parceria não é criar uma nova cadeia de hotéis, mas deter a propriedade dos activos hoteleiros.

Para tal, a aliança agora criada visará a aquisição de hotéis já em operação ou em fase de construção, apostando depois no seu reposicionamento e entregando a gestão aos operadores que em cada caso apresentarem as melhores “condições competitivas”.

Citado no comunicado, o director executivo da área de Investment Management da Sierra afirma tratar-se de “uma oportunidade para executar uma estratégia evidente de criação de valor no segmento europeu da hotelaria”: “Este é o nosso primeiro veículo dedicado à hotelaria, o que comprova a nossa ambição de cobrir o espectro completo de classes de activos e sectores com competências específicas, incluindo a nossa recente aquisição no Porto”, sustenta Luís Mota Duarte.

Já Nabil Mabed, directora para a Península Ibérica e França na PGIM Real Estate, refere que o mercado hoteleiro e de lazer “é, desde há muito tempo, um sector fundamental para a economia ibérica” e destaca Portugal como “um dos principais mercados hoteleiros do sul da Europa, atraindo uma procura internacional crescente, e com potencial significativo decorrente de melhorias na qualidade da oferta para satisfazer as exigências da procura internacional”.

“A nossa estratégia tem como objectivo consolidar os operadores locais e melhorar a qualidade da oferta para os hóspedes. A nossa parceria com a Sonae Sierra e a IHSP e a aquisição do primeiro hotel no Porto confirmam as nossas perspectivas positivas para a região e a estratégia implementada”, remata.

Por sua vez, Gonçalo Batalha, da IHSP, considera que, “no actual contexto de mercado, marcado por taxas de juro mais elevadas e por requisitos de investimento consideráveis para restabelecer padrões de qualidade mais elevados na hotelaria”, esta nova plataforma é uma “oportunidade de obter retornos superiores ajustados pelo risco”.

“Acreditamos numa tendência positiva a longo prazo para o sector do turismo, uma vez que a percentagem de rendimentos alocada a experiências continua a crescer, fortemente suportada por um conjunto de factores estruturais atractivos", refere.

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