Ana, Rita, Teresa, Humberta, também delas se fez o canto

O canto e as vozes da contestação à ditadura não foram só masculinas, também houve mulheres que cantaram os males de um país em surda convulsão.

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Atentem nestes versos: “Deixa-me cantar/ Um país de barcos/ Um país de bravos/ Deixa-me cantar aromas de cravos”. Parece uma canção saída do 25 de Abril, não? Errado. Foi gravada em 1972 por uma mulher, com uma “linda voz, correctamente exercitada”, como se lia na contracapa do disco. A mulher chamava-se Elisa e o elogio, ali escrito, era assinado por Carlos Paredes. Os autores da letra (onde também se ouvia: “Era pobre a terra/ Como ainda é/ Era grande a fome/ Na boca do cofre/ Era boa a fonte/ Para além da rocha/ E os porões abertos/ De canela e escravos […]// Só direi que o cofre não matou a fome/ Só direi que a terra continua pobre”) eram dois jornalistas portugueses a trabalhar então na BBC e Elisa, nascida em Luanda, não escreveu essas canções, só as interpretou.

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