Ex-líder parlamentar Bebiana Cunha deixa comissão política permanente do PAN

Apesar de sair do órgão mais restrito da direcção do PAN, a ex-deputada permanece na comissão política nacional do partido.

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Bebiana Cunha foi eleita deputada pelo PAN nas legislativas de 2019 Rui Gaudencio
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A antiga líder parlamentar do PAN, Bebiana Cunha, demitiu-se de membro da comissão política permanente, órgão mais restrito da direcção, mas continua filiada no partido. A notícia foi avançada pelo jornal Expresso e confirmada à Lusa por fontes do partido.

De acordo com fonte oficial do PAN, apesar de sair da comissão política permanente, a antiga deputada continuará na comissão política nacional.

A comissão política permanente é um órgão composto por sete elementos, que assegura a gestão administrativa e a direcção quotidiana do partido, enquanto a comissão política nacional, mais alargada, é o órgão máximo de direcção política entre congressos.

Bebiana Cunha foi eleita deputada do PAN nas eleições legislativas de 2019, quando o partido conseguiu quatro mandatos.

Nesse ano, foi cabeça de lista pelo Porto, lugar que repetiu nas eleições seguintes, em 2022, quando o PAN voltou a ter apenas um deputado eleito, no caso a porta-voz, Inês de Sousa Real, eleita pelo círculo de Lisboa.

Bebiana Cunha foi eleita líder parlamentar do PAN em Junho de 2021 – sucedendo a Inês de Sousa Real quando esta foi eleita porta-voz do partido – cargo que ocupou até ao início do ano seguinte.

Já nas últimas legislativas, de dia 10, Bebiana Cunha, próxima de Inês de Sousa Real, não integrou as listas de candidatos a deputados, tendo sido mandatária pelo distrito do Porto.

Nos últimos dias, alguns membros da comissão política nacional do PAN desfiliaram-se do partido, entre os quais elementos ligados à corrente de oposição interna. Também o marido de Bebiana Cunha, Albano Lemos Pires, que integrava aquele órgão eleito na lista de Sousa Real, se desfiliou do partido esta semana.

A Lusa contactou Bebiana Cunha, mas não foi possível confirmar junto da antiga deputada as razões que a levaram a deixar aquele órgão.

Já a direcção do partido Pessoas-Animais-Natureza desvalorizou esta demissão, referindo tratar-se de "decisões individuais" que devem ser respeitadas.

"O PAN e esta direcção continuam empenhados em continuar a fazer o partido crescer eleitoralmente, a receber novos filiados e simpatizantes e a ser uma voz moderada, animalista, ambientalista e humanista na política portuguesa", acrescentou fonte oficial numa posição enviada à Lusa.

Nas eleições legislativas de dia 10, o PAN não conseguiu alcançar o objectivo de eleger um grupo parlamentar. O partido vai continuar representado na Assembleia da República por Inês de Sousa Real, deputada única e porta-voz do partido.

Segundo os dados da Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o PAN conseguiu 126.085 votos (1,95%).

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