Depósitos das famílias com a primeira variação homóloga positiva em quase um ano

Carteiras de crédito para compra de habitação diminuíram em Janeiro, mas aumentaram ao consumo.

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Depósitos a prazo atraem mais poupança dos particulares Ricardo Lopes
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A poupança dos portugueses canalizada para depósitos bancários registou uma variação positiva em Janeiro, o que já não acontecia desde Fevereiro do ano passado, ou seja, quase um ano. O stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 180,5 mil milhões de euros no final do mês passado, mais 0,3% que em igual período de 2023, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Face a Dezembro do ano passado, o crescimento do stock de depósitos foi 0,7 mil milhões.

Recorde-se que no ano passado, no primeiro semestre, o montante de depósitos sofreu uma forte descida, explicada, em grande parte, pela maior atractividade dos Certificados de Aforro, mas também pela amortização antecipada de crédito à habitação.

A maior variação anual dos depósitos verificou-se nos depósitos a prazo (que incluem depósitos com prazo acordado e depósitos com pré-aviso), que aumentaram 2,8 milhões de euros, avança o supervisor bancário.

Já os empréstimos totais às famílias evoluíram em sentido contrário ao dos depósitos, caindo 0,2% face a Janeiro de 2023, uma tendência que já se verifica pelo quinto mês consecutivo.

Contudo, a variação negativa fica a dever-se apenas ao crédito à habitação, o mais relevante. O montante total de empréstimos para este destino totalizava 98,7 mil milhões de euros em Janeiro, menos 0,2 mil milhões de euros do que em Dezembro de 2023. Relativamente a Janeiro de 2023, o decréscimo foi de 1,3%.

No crédito ao consumo, o comportamento foi inverso: o stock atingiu 21,2 mil milhões de euros, mais 100 milhões de euros que em Dezembro. Face a Janeiro de 2023, o crescimento foi 5,4%.

Destaca o BdP que “os empréstimos para habitação concedidos a particulares da área do euro registaram uma taxa de variação negativa (-0,1%), mas menos expressiva que a observada em Portugal”. E ainda que, “por contraposição, Portugal evidencia um maior dinamismo nos empréstimos ao consumo do que a área do euro, que apresentou uma taxa de crescimento de 2,8%”.

Em relação às empresas, a carteira de depósitos ascendeu a 62,6 mil milhões de euros no final de Janeiro, o que corresponde a uma variação anual negativa de 4,8%. Face ao último mês do ano passado, o decréscimo foi de 1,5 mil milhões de euros.

O crédito concedido às empresas atingiu 72,6 mil milhões de euros, menos 1,5% face ao mesmo mês do ano anterior e menos 0,7 mil milhões de euros do que no final de Dezembro.

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