Flaco, a coruja que fugiu do zoo de Nova Iorque, morre depois de colidir com edifício

A coruja que fugiu do jardim zoológico e se instalou no Central Park tornou-se numa atracção, com dezenas de nova-iorquinos a partilhar actualizações sobre o seu paradeiro e hábitos alimentares.

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Flaco fugiu do zoo do Central Park início de Fevereiro de 2023 SURESH SUBRAMANIAN/X
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Há pouco mais de um ano, Flaco, um bufo-real da Eurásia, roubou os corações dos nova-iorquinos quando fugiu do jardim zoológico do Central Park depois de a sua gaiola ter sido vandalizada.

Flaco, que até ganhou o título de "one of new york's flyest” (trocadilho com a expressão new york finest), dado pelo mayor de Nova Iorque, Eric Adams, morreu na sexta-feira após colidir com um edifício em Manhattan, anunciou a Wildlife Conservation Society.

Depois da fuga, em Fevereiro de 2023, as autoridades tentaram várias vezes capturar Flaco, mas sem sucesso. A primeira paragem da coruja foi um centro comercial próximo da Quinta Avenida, onde captou a atenção de quem passava. Flaco continuou em liberdade, mas decidiu instalar-se no Central Park, a poucos metros do zoo, e encontrar presas para se alimentar. A partir daí, a coruja tornou-se numa atracção do parque, com observadores de pássaros e outras pessoas a publicar actualizações sobre o seu paradeiro e hábitos alimentares de forma regular no X (antigo Twitter).

Apesar dos esforços dos membros do Wild Bird Fund (WBF), que rapidamente chegaram ao local da colisão na sexta-feira, a coruja foi declarada morta no local. O zoo foi notificado de seguida e transportou Flaco para o zoo do Bronx, para uma necropsia (autópsia animal).

"O vândalo que danificou a gaiola de Flaco colocou em risco a segurança do pássaro e é o responsável final pela sua morte. Ainda temos esperança de que a polícia de Nova Iorque, que está a investigar o vandalismo, consiga deter o responsável", lê-se no comunicado da Wildlife Conservation Society.

A organização refere ainda que a coruja foi avistada com frequência no último ano e que as suas equipas estiveram sempre a monitorizar as suas localizações e estava preparada para intervir caso Flaco demonstrasse "qualquer sinal de dificuldades ou angústia".

"Agradecemos todo o apoio e preocupação com o bem-estar do Flaco ao longo do último ano e o cuidado das muitas pessoas que nos contactaram com actualizações", refere ainda a organização.

Os bufos-reais da Euroásia têm uma expectativa de vida de cerca de 20 anos na natureza, mas podem viver até 60 anos em cativeiro. Embora a União Internacional para a Conservação da Natureza classifique a espécie como “pouco preocupante”, a sua população está a diminuir e os funcionários do jardim zoológico referiram que os bufos-reais estão “sujeitos a níveis relativamente elevados de pressão comercial”.

Flaco enfrentou vários riscos por viver livre em Manhattan – incluindo o risco de comer ratos contaminados com rodenticida ou de colidir com veículos ou edifícios, de acordo com Audubon, um grupo de conservação de aves ouvido pelo The Washington Post. Os especialistas também temiam que pudesse competir com pássaros nativos por comida, ou mesmo atacá-los.

Ainda assim, e como escreve este jornal, para os fãs de Flaco, a forma como ele se adaptou à vida em Nova Iorque for verdadeiramente inspiracional.

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