UE aprova 13.º pacote de sanções que atinge empresas chinesas acusadas de ajudar o Kremlin

Ursula von der Leyen diz que é preciso manter a pressão sobre o Kremlin e degradar máquina de guerra de Putin. Medidas entram em vigor no segundo aniversário da guerra de agressão contra a Ucrânia.

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Um militar ucraniano na zona de Zaporijjia. A União Europeia quer limitar o acesso russo a tecnologia que possa ser utilizada no conflito Reuters/STRINGER
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Não tem medidas inéditas, nem abrange novos sectores de actividade, mas o 13.º pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia, que foi aprovado esta quarta-feira e produzirá efeitos a partir do dia 24 de Fevereiro, data do segundo aniversário do início da invasão em larga escala da Ucrânia, atinge pela primeira vez entidades chinesas, acusadas de estarem a contribuir para o esforço de guerra do Kremlin.

Trata-se de três empresas sediadas na China e uma de Hong Kong, que operam na área da logística e dos serviços financeiros. A União Europeia também vai aplicar medidas restritivas a uma empresa da Turquia, país membro da NATO.

Num momento em que as forças russas recuperaram o momentum ofensivo, fazendo valer o seu poderio militar para quebrar a resistência ucraniana, os Estados-membros procuram infligir “danos” na retaguarda científica, tecnológica e industrial de Moscovo — e de alguns dos seus aliados, como o Irão, a Coreia do Norte e a Bielorrússia, bem como a Síria ou o Uzbequistão.

“Congratulo-me pelo acordo sobre o nosso 13.º pacote de sanções contra a Rússia”, reage a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), “Temos de manter a pressão elevada sobre o Kremlin e continuar a degradar a máquina de guerra de Putin”, defendeu, dizendo que as novas medidas vão permitir “reduzir ainda mais o acesso da Rússia aos drones”.

O novo pacote acrescenta quase duas centenas de nomes à lista de pessoas singulares ou colectivas que ficam sujeitas a medidas punitivas, como o congelamento de bens ou restrições comerciais. São companhias e departamentos do Exército russo; institutos e centros de investigação universitários; unidades fabris e centros de produção da indústria química ou metalomecânica; empresas dos sectores dos transportes ou telecomunicações ou instituições financeiras, entre outras.

No total, o anexo com os nomes de entidades, organismos e instituições que são “utilizadores finais militares ou que fazem parte do complexo militar e industrial da Rússia”, e que “têm ligações comerciais ou outras de apoio ao sector da defesa e da segurança da Rússia”, tem 649 novas designações que ocupam 65 páginas.

Além disso, a UE também acrescentou os códigos de centenas artigos à lista de de bens e produtos com proibições de exportação por terem um potencial duplo uso civil e militar: diferentes tipos de semicondutores e circuitos electrónicos integrados, sensores e componentes ópticos ou magnéticos, químicos e metais, diversos tipos de materiais e ainda ferramentas e maquinaria.

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