Governo português convocou embaixador russo para esclarecer morte de Navalny

Diplomacia portuguesa quer ouvir explicações do embaixador russo em Lisboa, Mikhail Kamynin.

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Uma das homenagens a Navalny na Europa EPA/Remko de Waal
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros português convocou o embaixador russo em Lisboa, Mikhail Kamynin, para prestar esclarecimentos, após a morte do opositor do Kremlin Alexei Navalny, anunciou esta terça-feira, 20 de Fevereiro, o Palácio das Necessidades.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador da Federação Russa em Lisboa para prestar esclarecimentos no seguimento da morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores políticos do regime de Vladimir Putin", afirma, em comunicado, o ministério dirigido por João Gomes Cravinho.

Também a diplomacia da União Europeia e outras capitais europeias, como Paris, Madrid, Berlim, Estocolmo, Varsóvia, Bruxelas, Haia e Oslo, tomaram a mesma medida diplomática.

Ainda esta segunda-feira, 19 de Fevereiro, João Gomes Cravinho considerou a morte de Navalny "mais uma demonstração da natureza do regime que Putin criou e do medo que ele tem daqueles que ousam contestá-lo".

"Não podemos ter ilusões sobre aquilo que aconteceu. Quando Putin mata Navalny, fá-lo olhando para o resto do mundo e dizendo: 'Vejam só o que eu posso fazer'. É a natureza do regime que aqui se está a expor. E fá-lo também olhando para o próprio povo russo, dizendo: 'Cuidado, porque o destino daqueles que se quiserem opor é este'", defendeu o ministro em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.

Questionado sobre se a União Europeia poderia ter feito mais para proteger um dos principais críticos do Kremlin, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou apenas ser "muito difícil dizer que se poderia ter feito mais", porque Navalny "tinha grande visibilidade" na Rússia.

Alexei Navalny morreu a 16 de Fevereiro numa colónia penal na Sibéria, onde cumpria uma pena de 30 anos de prisão. Tinha 47 anos. Destacados dirigentes ocidentais, família e apoiantes do opositor responsabilizam Vladimir Putin pelo que consideram ter sido um homicídio deliberado.

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