Foram destruídos mais de 27 mil ninhos de vespa-asiática em Portugal em 2023

De 2015 até ao final de 2023, foram destruídos mais de 140 mil ninhos desta espécie invasora no país. O ano de 2023 foi o segundo com mais ninhos de vespa-asiática erradicados.

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Especialistas dizem que acabar com a vespa-asiática em Portugal vai ser impossível ADRIANO MIRANDA/ARQUIVO
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O número de ninhos de vespa-asiática destruídos em Portugal revela a forma como a espécie se tem alastrado pelo território: só no ano de 2023, foram avistados 29.039 ninhos desta espécie invasora e destruídos 27.884 ninhos, de acordo com os dados cedidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ao PÚBLICO.

Este foi o segundo ano com mais ninhos destruídos desta espécie predadora da abelha do mel após 2021, ano em que foram exterminados 31.488 ninhos de vespas-asiáticas (cujo nome científico é Vespa velutina). O registo dos avistamentos e de destruição dos ninhos contabilizado pelo ICNF em Portugal continental (na plataforma StopVespa) é feito desde o ano de 2015.

Desde a introdução acidental da vespa-asiática em Portugal no ano de 2011 (em Viana do Castelo), foi havendo uma progressão para o Sul do país e, até ao final do ano de 2023, foram destruídos mais de 140 mil ninhos de vespa-asiática pelo território continental de Portugal. Os avistamentos confirmados mais a sul situam-se no concelho de Odemira, indica o ICNF.

O distrito com mais ninhos destruídos no ano passado foi Braga (5042), seguindo-se Viseu (4545), Porto (3849) e Leiria (3242). Desde que se iniciaram os registos em 2015, o distrito com mais ninhos destruídos é o Porto (mais de 30 mil), seguido de Aveiro (23.068) e Braga (21.522).

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Ainda assim, o ICNF refere que, “nas zonas já invadidas, a informação sobre avistamentos de vespa já tem muito pouco significado, sendo sobretudo importante saber quando começam a aparecer as vespas fundadoras (o equivalente às rainhas nas abelhas)”. Essa informação é obtida através do sistema de vigilância activa, que é coordenado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), referem ainda.

O caso muda de figura quando se olha para as partes do país que as vespas-asiáticas ainda não foram detectadas, o que acontece sobretudo no Sul. “Nas zonas não invadidas, ou que começam agora a sê-lo, é importante que os cidadãos registem qualquer avistamento de espécimes desta espécie exótica invasora”, alerta o ICNF.

A destruição dos ninhos deve ser feita por pessoas especializadas e com equipamento próprio. Cada avistamento de vespa-asiática ou dos seus ninhos deve ser reportado no site stopvespa.icnf.pt ou contactando a linha SOS Ambiente (808 200 520)​.

Em Agosto, o investigador José Aranha, que tem acompanhado a evolução deste insecto no país, afirmava que “acabar com as vespas-asiáticas em Portugal vai ser impossível”, já que aqui têm encontrado excelentes condições para viver. Também o ICNF referia à data que “a erradicação não é possível”, e que o importante é detectar e destruir ninhos.

A vespa-asiática pode ultrapassar os três centímetros de tamanho e distingue-se pelas extremidades amarelas das patas. Tem a cabeça preta, face alaranjada, asas fumadas e o tórax e abdómen negros, com duas pequenas faixas amarelas. Podem ser confundidas com outras vespas de grande dimensão, como a vespa-europeia.

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