Proibido lavar carros na Catalunha. Seca em Espanha afecta seis milhões de pessoas

Os catalães enfrentam proibições de lavagem de carros e não podem encher piscinas devido à seca na região. Medidas de restrição entram em vigor esta sexta-feira e afectam seis milhões de pessoas.

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Reservatório de Sau, em Sant Roma De Sau, Espanha, a 31 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
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Península Ibérica está no seu período mais seco em 1200 anos Reuters/NACHO DOCE
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Reservatório de Sau, em Sant Roma De Sau, Espanha, a 31 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
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Reservatório de Sau, em Sant Roma De Sau, Espanha, a 31 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
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Reservatório de Sau, em Sant Roma De Sau, Espanha, a 31 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
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Reservatório de Sau, em Sant Roma De Sau, Espanha, a 31 de Janeiro de 2024 Reuters/NACHO DOCE
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Os habitantes da região da Catalunha, no leste de Espanha, serão proibidos de lavar os seus carros e encher piscinas vazias, de acordo com as medidas anunciadas na quinta-feira para aliviar a pior seca registada na região. As medidas, que entram em vigor esta sexta-feira, afectarão cerca de seis milhões de pessoas em 200 aldeias, vilas e cidades, incluindo a segunda maior cidade de Espanha, Barcelona. As medidas foram adoptadas depois de os reservatórios terem atingido cerca de 16% da sua capacidade.

A Península Ibérica está a ser afectada pela pior seca dos últimos 1200 anos, segundo um estudo de 2022, o que obrigou as autoridades a considerar a possibilidade de trazer água de barco para Barcelona, uma medida adoptada em 2008, quando os níveis dos reservatórios estavam perto dos 20% e havia menos centrais de dessalinização a funcionar.

O governo local quer que os residentes reduzam o seu consumo de água em 5% e os agricultores até 80%. De acordo com um primeiro conjunto de medidas, que poderão ser reforçadas se a situação não melhorar, o consumo de água permitido será reduzido de 210 litros por pessoa por dia para 200 litros.

"A seca vai ser ultrapassada, mas estamos numa nova realidade climática em que é mais provável que haja novas secas e que sejam mais intensas", disse o chefe regional Pere Aragones numa conferência de imprensa. As árvores só serão irrigadas com águas residuais para garantir a sua sobrevivência, enquanto o enchimento de piscinas vazias será proibido, incluindo nas instalações turísticas.

No entanto, os clubes de natação de competição serão autorizados a encher parcialmente as suas piscinas cobertas, desde que tomem medidas de compensação, como o encerramento dos chuveiros.

A área metropolitana de Barcelona já reduziu a pressão da água nos sistemas de abastecimento de algumas cidades e irá impor sanções até 3000 euros por infracção às restrições, embora não tenha ficado claro como as autoridades irão controlar as infracções.

No reservatório de Sau, que está a 4% da sua capacidade, uma torre de igreja que estava submersa veio à tona. "Estive aqui em criança, lembro-me disso. Agora tenho 77 anos e nunca tinha visto isto assim", disse Joaquim Casali na barragem, na quarta-feira.

Em Espanha há outras regiões igualmente afectadas pela seca extrema. Na Andaluzia, por exemplo, o conselho do governo regional da Andaluzia admitiu recentemente a necessidade de compra de água a Portugal (da região do Alqueva) para socorrer as comunidades da região espanhola que chegaram ao limite das reservas de superfície e nos aquíferos subterrâneos.

Em Portugal, a situação de seca meteorológica aumentou em Dezembro na região sul, destacando-se os distritos de Setúbal, Beja e Faro na classe de seca moderada, segundo o boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O mês de Dezembro de 2023 também foi o mais quente já registado a nível global, com uma temperatura média global de 13,51 graus Celsius (0,85 graus Celsius acima do valor médio 1991-2020), segundo a mesma fonte.

Em Janeiro, para responder à situação de seca no Sul do país e sobretudo no Algarve, o Governo português anunciou cortes de 25% no fornecimento de água ao sector agrícola (em relação aos números do ano passado) e de 15% no sector urbano (que inclui o turismo). As medidas para enfrentar a seca e a falta de água no Algarve foram anunciadas após a reunião da comissão da seca que decorreu em Faro.

“A situação que temos hoje no país é muito assimétrica”, afirmou na altura o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro. As circunstâncias de seca concentram-se no Sul do país, sobretudo no Algarve, explicou. “Se nada fosse decidido e nada fosse feito, aconteceria que chegaríamos ao final do ano sem água para abastecimento público” na região.

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