Lula da Silva alerta para aumento da extrema-direita e notícias falsas, incluindo em Portugal

O Presidente do Brasil alertou para o aumento da desinformação e do extremismo em vários países, incluindo Portugal. “Vivemos a história das fake news”, disse na Conferência Nacional de Educação.

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O evento teve como tema central a elaboração de um novo plano nacional para a educação no Brasil Reuters/ADRIANO MACHADO
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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, alertou esta terça-feira para o impacto das notícias falsas e do crescimento da extrema-direita no mundo, incluindo em Portugal. Falava na Conferência Nacional de Educação, em Brasília.

"Vivemos a história das fake news. Sabemos inclusive o que ela está a criar de violência na cabeça dos nossos adolescentes, o que é o bullying feito, todo o santo dia, pelas redes sociais", frisou Lula da Silva. "Estamos a perder a nossa condição de seres humanistas, fraternos, solidários e estamos a ficar reféns dos algoritmos."

"Essa é uma geração que nasce numa experiência que eu não vivi. Por isso, a democracia corre mais riscos, por isso vemos a extrema-direita crescer em vários lugares do mundo, não apenas na América Latina, na Argentina, no Brasil, vemos crescer na Holanda, na Espanha, em Portugal, nos Estados Unidos, na Hungria, na França e em vários outros países," acrescentou.

O Presidente brasileiro e fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), de esquerda e que se contrapõe à extrema-direita brasileira liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, avaliou que há o crescimento de uma extrema-direita irresponsável "que mente cada dia sobre tudo e que utiliza a boa-fé religiosa do povo, a espiritualidade do povo para fazer política".

No evento, que reuniu pessoas ligadas ao segmento da educação e teve como tema central a elaboração de um novo plano nacional para a educação no país sul-americano, Lula da Silva disse que o uso de recursos públicos neste sector não é gasto, mas sim investimento.

"Gastar vai ser quando eu não investir nessas crianças, e tiver que tirá-las depois das drogas, do narcotráfico, do crime organizado. Enquanto eu estiver a construir salas de aula, enquanto eu estiver a pagar um estímulo para aquele jovem estudar, eu tenho a certeza que tudo isso é investimento", sublinhou.

O Presidente brasileiro também criticou as políticas implantadas pelo Governo Bolsonaro na área da educação, afirmando que o ex-presidente não gostava da educação pública já que o seu objectivo era militarizar as escolas.

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