Dersu Uzala, a grande parábola siberiana

Há quem lhe chame profético. É Dersu Uzala, livro de Vladimir Arseniev que inspirou Kurosawa. Tem agora tradução em Portugal, cem anos depois da publicação, e traz uma personagem eterna.

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Em 1902, Vladimir Arseniev partiu com o exército czarista para a Sibéria, onde fez três expedições e conheceu o indígena Dersu Uzala, que veio a tornar-se seu guia e amigo
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Dois homens lutam contra o tempo na paisagem de taiga siberiana. O sol está a desaparecer e é preciso improvisar um abrigo que não os faça congelar durante a longa noite. Os homens passam a dois vultos. A custo, colhem toda a vegetação de que são capazes quando a tempestade se levanta. Neve, vento, eles e um monte de fenos absurdamente frágil que os poderá impedir de morrer. Akira Kurosawa criou esta cena e ela ganhou uma dimensão simbólica acerca da imponência do poder da natureza face ao humano. É essa a grande luta contada a partir da amizade entre dois homens, o “civilizado” e o que nunca quis pôr à prova o poder dos elementos em que toda a vida se movimentou.

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