O império das “cunhas” não se recomenda, mas continua bem

O caso das gémeas ou os contactos de Diogo Lacerda Machado fizeram o país regressar ao mal que só se condena quando beneficia os outros: a “cunha”. Prática enraizada que amarra Portugal ao passado.

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Tiago Petinga/Lusa
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No dia 21 de Outubro de 2019, um email assinado por Nuno Rebelo de Sousa, filho de Marcelo, chegava à Presidência da República dando conta dos esforços de uma família de São Paulo para conseguir que as suas filhas gémeas, que entretanto haviam obtido a cidadania portuguesa, recebessem um medicamento, o Zolgensma, que custava dois milhões de euros. A história que dava conta da manobra de Nuno Rebelo de Sousa junto do Presidente foi revelada pela TVI antes do terramoto de 7 de Novembro de 2023, que determinou a queda de António Costa. Depois desse dia, a suspeita de um favor do Presidente foi substituída pela suspeita do favor do Governo a um investimento de 3500 milhões de euros em Sines intermediado por um amigo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, e por um advogado, João Tiago Silveira, que fora secretário de Estado da Justiça no Governo de José Sócrates. Entre um episódio e outro, gerou-se em Portugal uma nova polémica causada por um velho vício: o da “cunha”.

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