Chefe da polícia de Seul acusado de negligência na tragédia do Halloween

Kim Kwang-ho junta-se aos chefes da polícia do distrito de Yongsan e vai ser julgado, por negligência, na morte de 159 pessoas nas comemorações do Halloween a 29 de Outubro de 2022.

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Familiares das vítimas exigem a demissão imediata do chefe da polícia de Seul Reuters/KIM HONG-JI
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O chefe da polícia de Seul foi acusado de negligência no caso da morte de 159 pessoas, a maioria adolescentes e jovens adultos, que foram espezinhadas durante as comemorações do Halloween a 29 de Outubro de 2022, na primeira grande celebração ao ar livre após o fim das medidas de confinamento que estiveram em vigor durante a pandemia de covid-19.

Kim Kwang-ho é o mais alto responsável da polícia sul-coreana a ser alvo de uma acusação criminal, depois do comandante do distrito de Yongsan — onde ocorreu a tragédia — e do chefe da esquadra mais próxima dos acontecimentos.

Segundo o Ministério Público da Coreia do Sul, o chefe da polícia de Seul estava a par dos potenciais problemas de segurança em Itaewon, uma zona muito procurada por jovens à noite. Apesar disso, dizem os procuradores, apenas 137 polícias foram deslocados para a área onde a tragédia aconteceu, para controlarem mais de 100 mil pessoas.

O responsável estava de folga e em casa no dia 29 de Outubro de 2022, mas isso não o iliba de responsabilidades no caso, diz o Ministério Público.

"Em conjunto, Kim e os chefes da polícia de Yongsan provocaram a morte de 158 pessoas e causaram ferimentos em outras 312, como resultado da sua negligência", lê-se no documento de acusação.

Num comunicado, os familiares das vítimas e os feridos congratularam-se com a acusação deduzida contra Kim Kwang-ho, embora tenham criticado a demora na decisão. Segundo o comunicado, o chefe da polícia de Seul, que continua em funções, já devia ter sido demitido há muito tempo.

"O chefe Kim tem de abandonar o cargo imediatamente e enfrentar um julgamento", dizem os familiares das vítimas. "O Presidente Yoon Suk-yeol deve demitir Kim imediatamente."

A tragédia aconteceu numa rua estreita, em declive, junto à estação de metro de Itaewon e ao hotel Hamilton. Impelidas pela força da multidão em movimento, milhares de pessoas empurraram quem estava à sua frente, com muitas vítimas a morrerem esmagadas, espezinhadas e sufocadas.

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