Três projectos portugueses na shortlist do prémio de arquitectura Mies van der Rohe

Projectos em Matosinhos, no Porto e em Piódão, Arganil, juntam-se a outros 37 espalhados pela Europa. Vencedores serão anunciados em Fevereiro.

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O Caminho das Escadinhas é um projecto de requalificação de uma zona do bairro Monte Xisto, em Matosinhos Ivo Tavares Studio
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O prémio de arquitectura Mies van der Rohe conta com três projectos portugueses entre os 40 seleccionados dos quais sairá a lista de finalistas a anunciar em Fevereiro, anunciou quarta-feira a organização do mais importante galardão europeu do sector.

O Caminho das Escadinhas, em Matosinhos, de Paulo Moreira, o Edifício General Silveira, no Porto, de Tiago Antero e Vítor Fernandes, e o Posto de Turismo de Piódão, em Arganil, distrito de Coimbra, por João Branco e Paula del Río, são os três projectos seleccionados para a lista de onde sairão os finalistas do prémio atribuído pela Comissão Europeia e a Fundação Mies van der Rohe.

As 40 obras de arquitectura agora escolhidas estão distribuídas por 38 cidades europeias em 20 países, segundo a organização.

A Área Metropolitana do Porto, a par das regiões de Berlim, Bruxelas, Viena, assim como da Catalunha, da Panónia croata e da Flandres têm o número mais alto de candidatos a finalistas, com dois cada. Os outros 26 estão espalhados por diferentes zonas da Europa.

Por país, Espanha lidera, com seis projectos, seguindo-se a Alemanha e a Bélgica, ambos com quatro, depois Portugal, França e Croácia, cada um com três, Áustria, Eslovénia e Suécia com dois, concentrando-se assim, em nove países, quase 75% dos seleccionados.

Os restantes 11 são oriundos da República Checa, da Eslováquia, da Estónia, da Geórgia, da Grécia, da Irlanda, de Itália, da Noruega, dos Países Baixos, da Polónia e da Roménia.

As 40 obras seleccionadas, segundo a organização, "contribuem para criar ambientes de elevada qualidade de vida", abrangendo sobretudo projectos de "habitação colectiva, edifícios culturais e de ensino", que representam metade dos candidatos.

Os outros repartem-se por áreas de alimentação e alojamento, governo e cidadania, saúde, indústria, infra-estruturas, paisagem, habitação unifamiliar, desporto e lazer, planeamento efémero e urbano.

A selecção destes 40 projectos foi feita por um júri composto por Frédéric Druot, que preside, Martin Braathen, Pippo Ciorra, Tinatin Gurgenidze, Adriana Krnácová, Sala Makumbundu e Hrvoje Njiric.

Nesta edição, os prémios Mies van der Rohe visam "os melhores projectos" completados entre Abril de 2021 e Maio de 2023, procurando "reflectir sobre os desafios actualmente enfrentados por cidadãos, arquitectos, clientes, empreiteiros, decisores políticos e outros profissionais, no contexto do Pacto Ecológico Europeu".

Portugal partiu para esta fase do concurso, em Outubro, como o sexto país com mais nomeações, ao somar 14 projectos, a par da Grécia e depois de Espanha, França, Alemanha, Bélgica e Áustria.

Entre os projectos que não passaram à nova fase estão o novo edifício da Escola Superior Artística do Porto, o Terminal Intermodal de Campanhã, a renovação do Cinema Batalha, a recuperação do Mercado do Bolhão, o Hotel Vincci Ponte de Ferro, em Vila Nova de Gaia, todos na Área Metropolitana do Porto, o Praia do Canal Nature Resort, em Aljezur, uma casa em Grândola, outra no Barreiro, o "Apartamento Monochrome", em Aveiro e, em Lisboa, as Casas no Andaluz e outra em Santa Isabel, completavam a lista inicial de projectos portugueses nomeados.

O Prémio Mies van der Rohe toma o nome do arquitecto de origem alemã que dirigiu a Bauhaus no início da década de 1930. Após a subida das forças nazis de Hiltler ao poder, em 1933, refugiou-se nos Estados Unidos, onde obteve a nacionalidade norte-americana, estando na origem da chamada Segunda Escola de Chicago e do actual Instituto de Tecnologia do Illinois (IIT).

Os finalistas do prémio serão anunciados em Fevereiro, os vencedores serão conhecidos em Abril e a entrega realizar-se-á durante um programa a decorrer nos dias 13 e 14 de Maio, na Fundação Mies van der Rohe, em Barcelona.

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