Governo preocupado com aumento de internamentos em cuidados intensivos

“A campanha de vacinação da gripe e da covid-19 ainda não acabou, ainda estamos em pleno inverno. Há vacinas disponíveis”, sublinhou Manuel Pizarro.

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Ministro admitiu que a pressão nos cuidados intensivos obriga a adiar cirurgias programadas Manuel Roberto (ARQUIVO)
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O ministro da Saúde mostrou-se esta segunda-feira preocupado com o aumento dos internamentos em cuidados intensivos e apelou aos portugueses para que se vacinem contra a gripe e a covid-19.

“A campanha de vacinação da gripe e da covid-19 ainda não acabou, ainda estamos em pleno inverno. Há vacinas disponíveis. Todos aqueles que têm mais de 60 anos e que ainda não se vacinaram devem vacinar-se”, disse esta segunda-feira aos jornalistas, em Cantanhede, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Questionado pela Lusa acerca do aumento dos internamentos nos cuidados intensivos, o governante afirmou estar atento à situação, acrescentando que se tem conseguido “responder na plenitude em matéria de cuidados intensivos”.

“Estamos a ter uma epidemia de gripe A, com grande virulência. O vírus causa doença humana muito grave. Não se sabe ainda, inteiramente, se se deve à proporia natureza do vírus ou ao facto de que os anos de menor contacto social durante a pandemia tenham deixado as pessoas mais vulneráveis”, sustentou.

O governante admitiu ainda que a pressão nos cuidados intensivos obriga a adiar cirurgias programadas.

“Nós precisamos dos cuidados intensivos também para operar doentes que têm certas patologias e que podem vir a precisar de cuidados intensivos a seguir à cirurgia. Se as vagas estão ocupadas porque tivemos de estender a doentes de doença aguda, temos de adequar os serviços de saúde”, esclareceu, Manuel Pizarro.

Apesar de ser “muito indesejável” para cada doente que vê a sua cirurgia adiada, “é uma rotina no funcionamento do sistema de saúde”, acrescentou.

O ministro referiu ainda que as urgências se foram transformando, ao longo dos anos, na principal porta de entrada do serviço de Saúde.

“Estamos muito empenhados na reforma dessas urgências, valorizando os meios alternativos de acesso aos cuidados de saúde, desde logo o contacto dos utentes em situação de doença aguda com a linha SNS [Serviço Nacional de Saúde] 24, mas também a criação de respostas ou o fortalecimento de respostas na comunidade”, afirmou.

A Câmara Municipal de Cantanhede, no distrito de Coimbra, assinou esta segunda-feira o auto de transferência de competências na área da Saúde, que prevê designadamente a resposta a situações de emergência de doença aguda, todos os dias úteis, das 9h00 às 18h00 nas unidades de Saúde Familiar (USF), e das 18h00 às 22h00 no Centro de Saúde, que assegura também o atendimento aos fins-de-semana e feriados, das 10h00 às 20h00.

Manuel Pizarro lembrou a importância desta resposta, para que as pessoas não usem a urgência como a principal porta de entrada do serviço de Saúde.

“Desde sábado que as coisas têm estado mais calmas. Na esmagadora maioria dos hospitais, estamos já com resposta dentro daquilo que são os tempos que ambicionamos, mas isso não nos pode fazer esquecer os dias anteriores”.

O ministro deu ainda nota de que faltam seis municípios assinarem o auto de transferência de competências na área da saúde para atingir a meta imposta pela Comissão Europeia, de 95%. O governo prevê atingir essa meta até ao final do mês.

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