Marcelo diz que está na hora de “um entendimento de regime” sobre os media

Situação dos profissionais do Global Media Group marcou discursos na cerimónia da 38.ª edição dos Prémios Gazeta.

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Marcelo Rebelo de Sousa discursou na cerimónia da 38.ª edição dos Prémios Gazeta Matilde Fieschi/Arquivo
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O Presidente da República considerou esta sexta-feira que "este é o momento" de "chegar a um entendimento de regime" sobre os media, a duas semanas do Congresso dos Jornalistas, defendendo que "é fundamental olhar enquanto é tempo".

Marcelo Rebelo de Sousa falava na cerimónia da 38.ª edição dos Prémios Gazeta, que decorreu esta sexta-feira nos Paços do Concelho, em Lisboa, num evento em que a situação que atravessam os jornalistas do Global Media Group (GMG) esteve presente nos discursos dos premiados.

"Este é o momento", numa altura em que vai decorrer o Congresso dos Jornalistas, "de chegar a entendimentos de regime sobre esta matéria", afirmou o chefe de Estado.

"Estou realista e o realismo impõe que não se demore mais tempo, que não se encontre solução na 42.ª ou 44.ª" edição dos Prémios Gazeta, podendo já ser "tarde" para "não sei quantos jornalistas, não sei quantas famílias de jornalistas, não sei quantos órgãos de informação, não sei quantas formas de escrutínio essenciais para a democracia", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

Apontou que o Congresso dos Jornalistas anterior "foi o primeiro sinal de alarme" e que neste 5.º Congresso, que decorre entre 18 e 21 de Janeiro, a situação "não está mal — está muito mal".

O Presidente da República mencionou ainda os despedimentos, atrasos no pagamento de salários e "indefinição" em várias empresas do sector, "em que ninguém é responsável: não é o proprietário, não é o gestor, não é o financiador, não é ninguém com responsabilidades administrativas. Morreu solteira a culpa".

"Só falta dizer [que] os responsáveis são os jornalistas. Para que quiseram ser jornalistas e escolheram a porta errada", rematou.

Nesta edição, o jornalista do PÚBLICO Daniel Dias foi distinguido com o Prémio Gazeta Revelação, pela reportagem Há caçadores de água da neblina que querem criar novas florestas em Portugal, com fotografia e vídeo de Tiago Bernardo Lopes. O trabalho foi publicado a 10 de Novembro de 2022 no Azul, secção dedicada ao clima, ambiente e sustentabilidade.

Pedro Caldeira Rodrigues, da Lusa, e Miguel Carvalho, da Visão, ganharam ex aequo o prémio Gazeta da Imprensa, com o conjunto de reportagens Chove em Kiev e a reportagem O braço armado do Chega, respectivamente.

O prémio Gazeta de Mérito foi atribuído à jornalista Ana Sousa Dias, actual provedora do telespectador da RTP. Amélia Moura Ramos foi galardoada com o Gazeta de Televisão, enquanto o Gazeta de Rádio foi atribuído a Paula Borges.

Entre os premiados da edição de 2022 está também Inês Rocha, autora do trabalho de investigação Quis saber se o RGPD funciona. Então, fiz ‘download’ da minha vida, publicada ainda pela Rádio Renascença, a 19 de Abril do ano passado. Inês Rocha é actualmente jornalista do PÚBLICO.

O fotojornalista João Porfírio, do Observador, ganhou o Gazeta de Fotografia pelas imagens enquadradas na reportagem Ucrânia — Os primeiros 75 dias de guerra.

Por fim, o Gazeta de Imprensa Regional, atribuído pela direcção do Clube de Jornalistas (CJ), foi para o Mensageiro de Bragança, semanário diocesano regionalista fundado em 1940.

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