Greve dos trabalhadores da IP fez suprimir quase 65% dos comboios previstos até às 10h00

Trabalhadores cumprem segundo e último dia de greve, mas paralisação pode repetir-se a 10 de Janeiro, caso as negociações não sejam retomadas.

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Comboios sofrem perturbações em dia de paralisação LUSA/José Coelho
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Os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da Infra-estruturas de Portugal (IP) voltam a cumprir um dia de greve esta quinta-feira, 4 de Janeiro, com a CP a antecipar “perturbações significativas” nos comboios.

A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou hoje à supressão de 284 comboios de 438 programados (64,8%) pela CP, entre as 00h00 e as 10h00, segundo dados da transportadora.

Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem hoje o segundo e último dia de greve intercalada, tendo sido decretados serviços mínimos.

Numa nota enviada à Lusa, a CP precisa que nas ligações urbanas de Lisboa, dos 215 comboios previstos foram suprimidos 146, e nos de longo curso estavam programados 25 e foram suprimidos 19.

A empresa indica ainda que dos 438 comboios programados, realizaram-se 154, todos de serviços mínimos.

Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.

Na terça-feira, primeiro dia de greve, foram suprimidos 798 comboios, de um total de 1.086 estimados, tendo sido cumpridos apenas os serviços mínimos entre as 00h00 e as 19h00, segundo a CP.

O presidente da Aprofer – Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, Adriano Filipe, disse à Lusa na terça-feira que a paralisação, que abrange os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da IP, está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão.

“Os motivos desta greve são os mesmos” da paralisação que tinha sido convocada para Setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então.

A greve poderá repetir-se a 10 de Janeiro, caso as negociações com a IP não sejam retomadas, havia dito Adriano Filipe, presidente da entidade, a 29 de Dezembro, à Lusa.

"O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de Dezembro de 2023, mas, face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de Janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar", afirmou.

Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão.

"Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP", indicou, salientando que o trabalho é "num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro".

No seu site, a CP informou que, “devido a uma greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP - Infra-estruturas de Portugal, responsável pela gestão da infra-estrutura ferroviária, antecipam-se perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional nos dias 2 e 4 de Janeiro de 2024”, que se poderão alargar aos dias antes e depois das paralisações.

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