Homem sobrevive a voo entre Argélia e França em trem de aterragem de avião

O homem foi encontrado num estado de “hipotermia grave” e não apresentava documentos de identificação. O voo durou duas horas e meia.

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O avião partiu de Orã, na Argélia, em direcção a Paris Reuters/PEDRO NUNES

Um homem foi encontrado vivo, mas em estado grave, no trem de aterragem de um avião da Air Algérie, que aterrou no aeroporto Paris-Orly, proveniente de Orã, na Argélia, na manhã desta quinta-feira.

Depois de ser descoberto, o homem, que corria risco de vida, foi transportado para um hospital próximo do aeroporto, onde está a ser tratado, relata a Reuters.

As autoridades francesas disseram à agência France-Press (AFP) que o homem estava num estado de “hipotermia grave” e que não tinha qualquer identificação.

O avião tinha partido da cidade de Orã, no oeste da Argélia, que se encontra a duas horas e meia de voo de Paris.

Nos últimos anos, têm surgido vários casos de pessoas a viajar clandestinamente nos trens de aterragem ou nos porões de carga não pressurizados dos aviões, onde podem enfrentar temperaturas entre os 50 e os 60 graus Celsius negativos, bem como falta de oxigénio.

No primeiro mês de 2020, foi encontrado morto um "passageiro clandestino" no trem de aterragem de um avião da Air France que viajava da Costa do Marfim para o aeroporto de Paris.

Em 2019, o corpo de um presumível "passageiro clandestino" caiu de um avião que sobrevoava o sudoeste de Londres, aterrando no jardim de uma casa. Por pouco, não atingiu o morador da casa, que estava a apanhar banhos de sol.

Em 2015, um corpo caiu de um voo da British Airways entre Joanesburgo e Heathrow em cima de uma loja em Richmond, no sudoeste de Londres. Uma segunda pessoa sobreviveu às dez horas de voo e foi encontrada na parte inferior do avião.

Segundo os dados partilhados pela Administração Federal de Aviação (FAA) com o jornal New York Times, entre 1947 e 2021, 132 pessoas esconderam-se em trens de aterragem de aviões para viajarem clandestinamente; 102 morreram, registando-se assim uma taxa de mortalidade de 77%.

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