Nasceram mais de 60 mil bebés no SNS até Novembro

Regista-se um aumento de 2,3% quando comparado com o mesmo período de 2022. Entre Julho e Novembro foram encaminhadas para os privados 111 grávidas consideradas de baixo risco.

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Entre Julho e Novembro foram encaminhadas para os hospitais privados 111 grávidas de baixo risco Nuno Ferreira Santos

Nos primeiros 11 meses deste ano nasceram no Serviço Nacional de Saúde (SNS) 60.613 bebés, o que representa um aumento de 2,3% quando comparado com o mesmo período de 2022, informa a direcção executiva do SNS (DE-SNS), num balanço da Operação Nascer em Segurança. Também de acordo com aquele organismo, entre Julho e Novembro foram encaminhadas para os hospitais privados 111 grávidas de baixo risco.

Em comunicado, a DE-SNS salienta que, no segundo semestre do ano, altura em que muitos médicos se mostraram indisponíveis para realizar mais horas extraordinárias além das 150 anuais a que estão obrigados, foi possível manter a capacidade de resposta do SNS. Porém, em vez do plano trimestral de organização dos encerramentos rotativos das urgências de ginecologia/obstetrícia, foi preciso fazer planos semanais.

Mesmo perante esta dificuldade adicional, refere o organismo liderado por Fernando Araújo, entre Junho e o final de Novembro, “o SNS continuou este ano a realizar mais partos que no ano passado (34.274 em 2023 versus 33.903 em 2022)”.

Num olhar só sobre a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se registam os maiores constrangimentos, a DE-SNS aponta um aumento de nascimentos de 3% entre Janeiro e Novembro: 22.629 crianças, quando no ano passado foram 22.018. Fora da contabilidade ficou o Centro Hospitalar do Oeste, que durante parte deste ano teve a urgência e o bloco de partos encerrados para obras, levando ao encaminhamento destas grávidas para Leiria.

A tendência de aumento do número de partos manteve-se mesmo no “período mais crítico” de disponibilidade médica. Segundo a DE-SNS, de Junho a Novembro nasceram em Lisboa e Vale do Tejo 12.723 crianças, sendo que no mesmo período de 2022 nasceram 12.519.

Além da maternidade do Centro Hospitalar do Oeste, também a urgência e o bloco de partos do Hospital de Santa Maria encerrou para obras, em Agosto, prevendo-se que abra no final do primeiro trimestre de 2024.

Privados receberam 111 grávidas

Perante o cenário e o plano traçado para o Verão, a DE-SNS estabeleceu convenções com os três maiores grupos privados do sector para o encaminhamento de grávidas de baixo risco com mais de 36 semanas de gestação. Segundo o balanço feito agora, entre Julho e Novembro, “o INEM orientou 111 grávidas para os hospitais convencionados, ou seja, menos de uma grávida por dia”.

“Como todos os dias são efectuados cerca de 69 partos nesta região, tal significa que 99% dos casos tiveram resposta no SNS, o que realça a sua prontidão e suficiência”, reforça a DE-SNS. Aquele organismo pede às grávidas para contactarem o SNS24 (808 24 24 24) ou o INEM antes de se deslocarem a um hospital.

O balanço da Operação Nascer em Segurança sublinha que as urgências de ginecologia/obstetrícia responderam com “qualidade e segurança” e com proximidade, “excluindo algum caso pontual por deficiência na utilização do sistema”. Mas não é dada nenhuma indicação do que se espera a partir do próximo ano.

No comunicado, a DE-SNS refere que, de acordo com as previsões da Organização Mundial de Saúde, a carência de médicos de ginecologia/obstetrícia, “à qual Portugal não é imune”, se irá manter a médio prazo. O que obriga a um “planeamento complexo que garanta a prontidão da resposta” do SNS não só às situações de urgência, mas também às consultas, cirurgias, rastreios oncológicos ou à medicina da reprodução.

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