PSD e CDS oficializam AD no início do ano e preparam programa e campanha em conjunto

Montenegro e Melo vão estar juntos na campanha eleitoral para as legislativas. Projecto de coligação inclui programa eleitoral conjunto.

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Luís Montenegro ainda fará uma iniciativa Sentir Portugal em Braga no início de 2024 Nuno Ferreira Santos

O PSD e o CDS devem aprovar formalmente a Aliança Democrática (AD), a coligação pré-eleitoral para as legislativas, europeias e autárquicas, já no início de Janeiro. Duas semanas depois, as listas com os candidatos a deputados, que incluem independentes, terão a luz verde dos respectivos conselhos nacionais. Ficam lançados os dados de uma aliança, com independentes, que terá um programa eleitoral conjunto para tentar conquistar o eleitorado de centro-direita nas legislativas de 10 de Março.

O CDS tem já um conselho nacional marcado para o dia 4 de Janeiro para aprovar o acordo com o PSD, apurou o PÚBLICO. Por seu turno, o PSD ainda não revelou quando irá confirmar a aliança, mas deverá ser antes de dia 15, já que nessa data está previsto um outro conselho nacional para homologar as listas conjuntas de deputados - e antes a coligação tem de ser aprovada.

Os termos do acordo ainda não foram revelados, mas é dado como garantido que o CDS tem pelo menos dois lugares elegíveis, o que permite a constituição de um grupo parlamentar, e poderá ter mais mandatos, dependendo dos resultados eleitorais.

Além do próprio líder do partido, Nuno Melo, há outros nomes centristas que estão a ser ponderados para integrar as listas, como João Almeida e Paulo Núncio.

Com o calendário eleitoral a acelerar neste início de ano, o líder do PSD ainda fará mais uma edição da iniciativa Sentir Portugal, desta vez em Braga, ficando apenas a faltar a visita à região dos Açores, o que já deverá acontecer no âmbito da campanha para as eleições regionais, marcadas para 4 de Fevereiro.

Os dois líderes partidários estão apostados em tornar a coligação num projecto político que “une e mobiliza” o eleitorado, nas palavras de Nuno Melo, e preparam-se para fazer campanha juntos. Foi assim em 2015, com a coligação Portugal à Frente (PaF), liderada por Passos Coelho e com Paulo Portas como número dois. Desta vez, a história pode repetir-se, com os dois protagonistas de então a figurarem agora como convidados de Luís Montenegro e Nuno Melo.

Nessa campanha de 2015, os dois líderes partidários tinham acções juntos praticamente ao longo de todo o dia, à excepção de uma ou outra iniciativa isolada.

O líder do PSD mostrou estar a contar com o antigo primeiro-ministro. “Claro que quero”, respondeu à SIC, numa entrevista a transmitir esta terça-feira à noite, quando questionado sobre se gostaria de ter Passos Coelho ao seu lado na campanha. Por seu turno, Nuno Melo já admitiu que Portas tem disponibilidade para participar na campanha.

Europeias dependem de legislativas

O acordo eleitoral entre PSD e CDS abrange igualmente as europeias, marcadas para 9 de Junho. Mas as listas conjuntas para o Parlamento Europeu acabam por estar, de alguma forma, dependentes dos resultados das legislativas. É que, se o PSD vier a formar um Governo de centro-direita, há nomes ministeriáveis que deixam de poder contar para a candidatura ao Parlamento Europeu.

Por seu turno, Nuno Melo, que é eurodeputado desde 2009, já assumiu que só anunciará os candidatos do CDS às europeias depois das legislativas. Os partidos ainda deverão dispor de algum tempo entre o apuramento da viabilidade de um eventual Governo e o prazo final para a entrega de listas.

Anunciada dias depois de ter sido eleito o novo secretário-geral do PS e ainda antes do Natal, a AD – que repete o nome da coligação que existiu em 1979 e 1980 – propõe-se abranger ainda os entendimentos locais das autárquicas de 2025, além das regionais dos Açores e da Madeira. Para já, nas legislativas, o PSD procurará conquistar eleitorado ao centro, enquanto o CDS tentará cativar os mais conservadores e também mais liberais para roubar espaço ao Chega e à Iniciativa Liberal.

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