Greve na distribuição nas vésperas de Natal. Empresas não esperam “perturbações expressivas”

Trabalhadores anunciaram uma greve nas empresas de distribuição em 23 e 24 de Dezembro, em protesto contra a falta de actualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”.

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Trabalhadores da distribuição em protesto contra a falta de actualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”. Daniel Rocha

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) disse este sábado não esperar “perturbações expressivas” devido à greve dos trabalhadores, marcada para sábado e domingo pela actualização da tabela salarial.

“A APED não antevê consequências ou perturbações expressivas desta greve no normal funcionamento das operações, tranquilizando, desde já, os consumidores que procurem produtos nas lojas dos seus associados”, adiantou, em resposta à Lusa.

O Sindicato dos Trabalhadores do Sector de Serviços (Sitese) anunciou, na semana passada, uma greve nas empresas de distribuição em 23 e 24 de Dezembro, em protesto contra a falta de actualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”.

“Como é possível que depois de um ano que já se verifica muito lucrativo, a APED diga que as empresas do sector recusam negociar a melhoria das condições de trabalho e de vida dos seus trabalhadores? Como é possível que as empresas e os seus representantes queiram manter as injustiças que diariamente se verificam nos locais de trabalho, com as funções acumuladas indevidamente, o desrespeito pela antiguidade, a desorganização de horários, folgas e férias”, sustentou o sindicato, em comunicado.

Considerando esta posição das empresas de distribuição uma “atitude quase provocatória” que “obriga os trabalhadores a lutar”, o Sitese diz ter enviado ao Governo e aos parceiros sociais um aviso prévio de greve nas empresas filiadas na APED para os dias 23 e 24 de Dezembro.

“Nos dias 23 e 24 de Dezembro os trabalhadores do sector da grande distribuição vão demonstrar que a sua dignidade não é um presente de Natal, é um direito”, enfatizou.

Segundo o sindicato, o que tem vindo a acontecer é que “as empresas aumentam os salários internamente, porque a qualquer momento podem mudar de estratégia, mudar os trabalhadores, mudar a estratégia comercial e ‘começar de novo’, com condições de trabalho ainda piores”.

A APED disse que vai respeitar e reconhecer a greve como um “instrumento de reivindicação laboral”, mas ressalvou privilegiar “a negociação e o diálogo”.

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