Administração Interna abre inquérito a agressão de adolescente em protesto climático

IGAI demorou semanas a abrir inquérito para averiguar ferimento de activista de 16 anos em protesto pelo clima a 24 de Novembro.

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Mais de 20 pessoas foram detidas nos protestos de 24 de Novembro, quando um activista adolescente ficou ferido LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Não tinha sido antes, mas será agora aberto pela Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) um processo para averiguar a agressão de um polícia contra um estudante de 16 anos que protestava em frente ao Ministério do Ambiente e da Acção Climática nas acções de 24 de Novembro, avança o Diário de Notícias (DN).

No dia da marcha convocado pela Greve Climática Estudantil em Lisboa, o confronto dos activistas com a polícia junto ao ministério deixou um ferido: um estudante de 16 anos, que foi levado para o Hospital Dona Estefânia na sequência de ferimentos na cabeça, alegadamente causados por uma pancada com um cassetete da polícia. Na altura, o porta-voz da PSP afirmou ao PÚBLICO que o estudante acabou ferido “durante a tentativa de transposição do cordão policial”.

A IGAI declarou ao Diário de Notícias que “será nesta data aberto um procedimento tendente a enquadrar e apurar o ocorrido”. Ou seja, até à insistência do jornal, não tinha sido aberto anteriormente “qualquer processo, porquanto não resulta das notícias publicadas, nem tal é afirmado, que as lesões apresentadas por um dos activistas foram resultado de conduta policial”. A abertura de um inquérito é obrigatória em caso de suspeita de abuso da força.

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O protesto pelo cima de dia 24 de Novembro Rui Gaudêncio

O Inspecção-Geral da Administração Interna, contudo, não respondeu a outras perguntas colocadas pelo DN, como o pedido de esclarecimento sobre as normas em vigor no que diz respeito ao uso de bastões pelas polícias em contexto de controlo de manifestações ou se as normas em vigor “impõem que a PSP providencie socorro a eventuais feridos resultantes da sua intervenção”.

Também a PSP não esclarece que consequências estão previstas quando os agentes usam o bastão em violação das normas, nem responde sequer se o relatório interno sobre a intervenção assinala a agressão ao jovem. O DN avança ainda que os pais do jovem atingido na cabeça estão a preparar uma acção contra a PSP.

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