Um tribunal do Vaticano condenou o cardeal italiano Angelo Becciu a uma pena de cinco anos e meio de prisão por peculato.

Em declarações aos jornalistas, o advogado do cardeal, Fabio Viglione, insistiu na sua inocência e afirmou que vai recorrer da decisão judicial. Até lá, Becciu deve permanecer em liberdade.​

Becciu é o mais alto funcionário da Santa Sé a ser julgado e condenado por crimes financeiros, depois de uma investigação ao investimento num negócio imobiliário em Londres, que lesou o Vaticano em 140 milhões de euros.

Também foi considerado culpado de desvio de dinheiro por canalizar dinheiro e contratos para empresas ou instituições de caridade controladas pelos seus irmãos na sua terra natal, a Sardenha.

O cardeal era responsável pela Congregação da Causa dos Santos até ser afastado pelo Papa Francisco, de quem era um dos conselheiros mais próximos, em Setembro de 2020.

Entre 2011 e 2018, integrou a Secretaria de Estado do Vaticano, um dos departamentos mais antigos da administração da Igreja e que está no centro da investigação.

O cardeal estava acusado de peculato, lavagem de dinheiro, fraude, abuso de poder e extorsão, juntamente com outros nove outros arguidos. Todos negaram as acusações.

O julgamento durou dois anos e meio e teve 86 sessões.