Aquecedores portáteis são devoradores de energia. Como manter a casa quente sem eles?

Os aquecedores portáteis são uma fonte de calor acessível e popular durante o Inverno. Contudo, estes dispositivos podem consumir demasiada energia e representar um risco aumentado de incêndio.

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Os aquecedores portáteis constituem uma fonte de calor acessível, mas estão associados a um risco aumentado de incêndio Getty images
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À medida que as temperaturas exteriores caem, muitas pessoas recorrem aos aquecedores portáteis para se manterem quentinhas em casas e escritórios demasiado frios, ou com correntes de ar. Devemos mesmo usar estes dispositivos eléctricos para estarmos confortáveis em espaços fechados?

“Não, se pudermos evitar”, diz Anne Evens, directora-geral da Elevate, um grupo sem fins lucrativos dos Estados Unidos (EUA) que luta pelo acesso alargado à energia limpa e acessível.

É certo que os aquecedores portáteis constituem uma fonte de calor acessível, sendo especialmente populares entre aqueles que não possuem um sistema eficiente de aquecimento. Contudo, estes dispositivos podem consumir demasiada energia e representar riscos de incêndio, se não forem usados adequadamente.

Os especialistas afirmam que apostar não só no isolamento térmico (calafetando janelas e vendando portas), mas também na melhoria da eficiência geral do sistema de aquecimento são formas mais eficazes de aquecer a casa e poupar custos com energia. Existem, todavia, outras formas eficientes garantir um calor adicional durante o Inverno

Aqui está o que precisa saber:

Quanto gasta um aquecedor portátil?

Os aquecedores portáteis geralmente usam entre 750 e 1500 watts, o que se traduz em seis a 12 quilowatts-hora de electricidade por oito horas de uso, de acordo com especialistas do Conselho Americano para Uma Economia Eficiente em Energia, uma organização sem fins lucrativos.

Em comparação, os cobertores eléctricos geralmente usam de 50 a 200 watts, ou 0,4 a 1,6 quilowatts-hora de electricidade.

“Estamos a falar de menos da metade, às vezes um terço, um quarto, até mesmo um décimo, de um grande aquecedor”, disse Stefano Schiavon, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e membro da Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado.

Fontes alternativas de calor

Stefano Schiavon sugere experimentar um cobertor eléctrico ou um aparelho para aquecer os pés. Esses dispositivos de aquecimento são geralmente mais eficientes em termos energéticos e, provavelmente, mais seguros do que aquecedores portáteis, refere o professor da Universidade da Califórnia.

Aparelhos que consomem grandes quantidades de energia podem estar associados a um risco aumentado de incêndio ou queimaduras, segundo Schiavon.

A Comissão de Segurança de Bens de Consumo dos EUA estima que os aquecedores portáteis, incluindo os termoventiladores eléctricos, estão envolvidos em uma média de 1700 incêndios por ano, resultando em 70 mortes e 160 feridos anualmente de 2017 a 2019.

“Quando temos dispositivos que usam menos energia, eles são intrinsecamente menos perigosos”, disse Schiavon.

Ainda assim, disse o professor, é importante ter cuidado com quaisquer dispositivos de aquecimento que entrem em contacto directo com o corpo. No caso de um cobertor eléctrico, devemos evitar usá-lo para aquecer alguém que não tenha muita mobilidade, ou tenha capacidade reduzida de sentir o calor, pois pode ficar superaquecido, refere Schiavon.

Se tiver mesmo de recorrer aos aquecedores

Existem algumas situações em que pode fazer sentido usar um aquecedor portátil. Estes dispositivos pequenos podem ser mais interessantes para quem quer aquecer apenas um cantinho da casa, de acordo com o Departamento de Energia. Tais aparelhos podem ainda adicionar calor aos espaços ocupados ​​por pessoas muito sensíveis ao frio, sem superaquecer toda a casa.

“Aquecedores portáteis são bons para aquecer pequenos espaços rapidamente, no caso de o sistema de aquecimento doméstico não conseguir aquecer o ambiente de maneira eficaz”, afirma Chris Regan, responsável pelo projecto para testes de aquecedores no portal Consumer Reports, numa resposta enviada por email.

Contudo, como os aquecedores geralmente não são eficientes em termos energéticos, usá-los provavelmente aumentará o uso de electricidade e aumentará os custos de energia doméstica, disse Chris Regan.

“Se os consumidores pretendem reduzir os custos de energia ao utilizar um aquecedor, terão de reduzir o termóstato do sistema de aquecimento doméstico”, disse Chris Regan. O especialista acrescenta que não é recomendável a utilização desses aparelhos em espaços com correntes de ar.

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