Marcelo alerta para “propostas egoístas” e “visões securitárias” nas europeias

Presidente apelou aos jovens para que votem nas eleições para o Parlamento Europeu e para que contribuam para o reforço da democracia europeia.

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No final da conferência, Marcelo tirou selfies com jovens LUSA/TIAGO PETINGA
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O Presidente da República alertou para o aparecimento de “propostas egoístas”, que pretendam “fechar a Europa”, e para “visões securitárias”, durante o debate que vai anteceder as eleições europeias a 9 de Junho. Sem se desviar das eleições para o Parlamento Europeu, Marcelo Rebelo de Sousa apelou directamente aos jovens para que votem, passem a mensagem sobre o que é a Europa e para que participem na vida política.

Perante uma plateia de jovens, que assistiam a uma conferência sobre Europa, na Fundação Gulbenkian, Marcelo antecipou o que considera que será o debate na campanha, a seis meses das eleições europeias. “Há quem venha aparecer com propostas egoístas, ignorar o mundo, fechar a Europa, com visões securitárias, não abrir, deixar para depois a solidariedade. Não pode ser”, afirmou, numa referência a ideias que estão habitualmente associadas à extrema-direita. O Presidente defendeu, no entanto, a necessidade de a Europa “melhorar a participação, os sistemas políticos” ao mesmo tempo que deve "procurar o diálogo, combater as xenofobias, promover o desenvolvimento, olhar para os problemas dos mais jovens" e das "minorias". "A Europa não está a marcar pontos e quando não se marca pontos, perde-se o jogo. Não há empates", salientou.

Referindo-se sempre ao contexto das eleições europeias, Marcelo deixou uma mensagem sobre o que deve ser a campanha: “É pela positiva que se ganha votos”. E dirigiu-se aos presentes para fazer o apelo ao voto: “Se não votarem, não se resolvem os problemas”.

Lembrando que foi precisamente na Fundação Gulbenkian que se fez o apuramento dos resultados nas primeiras eleições democráticas em Portugal, o Presidente salientou a importância da participação política seja "partidária", através de um "parceiro social" ou de uma ONG". “Se não se trabalha a participação, é difícil construir equipas europeias sem base nacional”, sustentou. "É crucial que os muitíssimo mais jovens tenham um papel na política, administração pública, sociedade civil", disse, reiterando que estende a dimensão desse papel às mulheres e imigrantes. ​

Defendendo a Europa como um exemplo de um espaço de democracia que é único pelo seu "passado e ideário", Marcelo defendeu que a Europa "vale a pena" não só por causa dos "22 mil milhões de euros" do Plano de Recuperação e Resiliência mas também por significar uma maior estabilidade: "Se a Europa não se tem alargado a Leste, os egoísmos nacionais a leste europeu teriam criado situações muito difíceis para a Europa e o mundo. E podíamos dizer o mesmo do alargamento a Sul."

No final da conferência, os jornalistas questionaram Marcelo sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, que envolvem suspeitas de favorecimento de um tratamento no Hospital de Santa Maria, mas o Presidente disse não querer acrescentar mais nada ao que declarou na passada segunda-feira.

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