Morreu o advogado e resistente antifascista Mário Brochado Coelho

Advogado, consultor jurídico e antigo deputado municipal no Porto, Brochado Coelho foi expulso por motivos políticos da Universidade de Coimbra, acabando por concluir a licenciatura em Lisboa.

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Mário Brochado Coelho, imagem de 2007 NELSON GARRIDO / PUBLICO
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Mário Brochado Coelho, advogado, consultor jurídico e antigo deputado municipal no Porto, morreu esta sexta-feira aos 84 anos.

Brochado Coelho nasceu a 2 Julho de 1939 em Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia. Estudou Direito em Coimbra entre 1956 e 1962, mas foi expulso por motivos políticos durante 30 meses, acabando por concluir a licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Foi advogado de presos políticos nos Plenários Criminais do Porto e Lisboa, do Sindicato dos Bancários do Norte, com intervenção na criação da Intersindical. Já depois do 25 de Abril, tornou-se célebre por ser o advogado da acusação particular no caso do assassinato pelo Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP)​ do Padre Maximino de Sousa e da estudante Maria de Lurdes Correia. Brochado Coelho lutou durante mais de 20 anos para que o caso fosse a tribunal e os responsáveis condenados.

Fundador e dirigente da UDP, também foi consultor jurídico, desde 1974, de inúmeras associações de moradores do Grande Porto, como dos Serviços Municipalizados de Águas e saneamento (de 1982 a 2002). Foi eleito duas vezes como deputado municipal no Porto, em 1977 e 1981 e agraciado em 2006 pelo Presidente da República com a Ordem da Liberdade.

Segundo a Esquerda.net, o advogado e resistente antifascista esteve nos Tribunais Plenários do Porto e Lisboa a defender presos políticos, integrando a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Ficou célebre a sua leitura do depoimento de Joaquim Pinto de Andrade, presidente de honra do MPLA, no seu julgamento no Tribunal Plenário da Boa-Hora em 1971. Em 2009 foi candidato a Provedor de Justiça, apoiado pelo Bloco de Esquerda.

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