Toyota C-HR usa nova geração para dar continuidade ao sucesso

A segunda geração do C-HR é proposta a Portugal em duas variantes: a 1.8 HEV, cujas primeiras unidades chegam este mês, e a 2.0 PHEV, cuja produção arranca no início do próximo ano.

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O que fazer em equipa que ganha? Diz a sabedoria popular que o melhor é não mexer. Mas e quando é mesmo necessário fazer uma actualização? Então, nesse caso, pensou a Toyota, o melhor é criar uma segunda geração de continuidade, explorando o que há para melhorar, mas sem beliscar os atributos que fizeram com que o C-HR​, crossover do segmento C lançado em 2016, revolucionasse a imagem conservadora da marca nipónica (e vendesse que nem pãezinhos quentes).

Toshio Kanei, engenheiro-chefe do projecto do C-HR​, admite “a dificuldade de criar uma segunda geração de um carro que foi bem acolhido”. E, por este ter sido um “carro feito na Europa para a Europa”, Kanei não esteve pelos ajustes e mudou-se há três anos para o centro nevrálgico da Toyota em solo europeu. Com um extra: é que, desta vez, a marca nipónica aposta todas as suas fichas no Velho Continente, já que este será o único mercado em que o C-HR​ se irá comercializar. O crossover familiar, que aposta no estilo e no design, desaparece do resto do mundo, abrindo caminho ao Corolla Cross que, situando-se no mesmo segmento, pode ser considerado mais consensual. (A ressalva existe para a Austrália, que poderá vir a recebê-lo, mas ainda não é certo.)

Kanei explica que, para desenvolver esta segunda geração, partiu do pressuposto de que uma solução não serve para todos e tendo a noção de que “o cliente de hoje tem preocupações com o digital e com o que é sustentável”. Mas, acima de tudo, com a real percepção de que o cliente do C-HR​ não tem problemas em destacar-se na multidão. Tudo junto, criou um carro que é “orientado pelo estilo”, além de “ágil e dinâmico”, mas com pergaminhos para palmilhar o caminho da sustentabilidade.

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Mehmet Kılıç, gestor de projectos no centro de investigação e desenvolvimento da Toyota na Bélgica, destaca como foram mantidos os pneus grandes e as cavas das rodas pronunciadas ao mesmo tempo que as superfícies surgem “mais limpas, mas mais fortes” — e não faltam as expressivas arestas bem vincadas —, agora com os puxadores das portas integrados. Já o interior, constata, é dotado de um “conforto tecnológico emocional”, em que, considera, se conseguiu colocar as ferramentas técnicas ao serviço do bem-estar dos ocupantes. Um exemplo é a forma como a luz ambiente se adapta automaticamente à luz exterior, sendo mais vibrante pela manhã, uma altura em que se precisa de energia, e relaxante nas últimas horas do dia, como que a indicar que está na hora de descansar.

O infoentretenimento concentra-se num ecrã de 12,3 polegadas, táctil, compatível com Android Auto e Apple CarPlay, trabalhado no sentido de ser mais rápido e intuitivo — alguns botões, nomeadamente da climatização, foram mantidos. E, na senda por conquistar quem procura uma sustentabilidade progressiva, os tecidos são feitos a partir de plásticos reciclados, o que, reclama-se, permite cortar emissões de CO2 em 78%.

A segunda geração do C-HR​ é proposta a Portugal em duas variantes: a 1.8 HEV, ainda este ano, e a 2.0 PHEV, cuja produção arranca no início de 2024.

No caso da mecânica de entrada de gama, o 1.8 HEV casa um motor de quatro cilindros de 1,8 litros, a debitar 98cv, com um engenho eléctrico de 70 kW (95cv) e uma pequena bateria. O conjunto combinado, com 140cv e a beneficiar do sistema híbrido de quinta geração, permitiu acrescentar performance e reduzir emissões: acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 170 km/h, com as emissões de CO2 a saldarem-se entre os 105 e 110 g/km.

Em estrada, o C-HR​ mostra um comportamento amadurecido, talvez fruto da inclusão de um controlo de estabilidade preditivo, capaz de responder às várias solicitações sem grandes queixumes. E, embora o ruído da CVT continue a ser um pouco incomodativo quando há acelerações mais fortes (sobretudo para quem não está habituado), foi feito um bom trabalho ao nível da insonorização, também com a ajuda do facto de esta nova geração assentar na plataforma GA-C, alvo de melhorias que tiveram como foco precisamente o silêncio, além da redução de peso e de uma maior rigidez torsional.

As primeiras unidades do C-HR​ começaram a chegar este mês e, no caso da 1.8 HEV, serão propostas versões Comfort (desde 36.900€), Square Collection (40.800€) e Lounge (43.360€).

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