Angariadores

O que quero aqui discutir é o caráter sistémico da porosidade do Governo português aos (grandes) interesses privados, como se estes se confundissem com o interesse público.

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E voltámos ao de sempre. Portas giratórias entre os interesses privados (desta vez, os grandes escritórios de advogados de Lisboa) e o poder político. Dentro dos primeiros não falta quem se ofereça para servir de intermediário de investimento estrangeiro à procura de favores especiais em países periféricos, como o nosso. Desses favores especiais podem constar, como se comprova pela informação obtida no âmbito da Operação Influencer, a preparação de diplomas do Governo em escritórios privados, os quais, uma vez contactada esta secretária de Estado ou aquele ministro ou aquele chefe de gabinete, acabam aprovados no Conselho de Ministros. Como dizia um destes advogados numa destas escutas, “nós fazemos ‘memos’ que dão conteúdos que alguém pode usar para fazer portarias. (…) se alguém quiser aproveitar”… (Visão, 9/11/2023) E no Governo encontram quem as queira “aproveitar”.

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