Manuel Gusmão, um poeta de racionalidades esplêndidas

A poesia de Manuel Gusmão é um lugar onde o intelectual, o pensador marxista que nunca deixou de ser, se encontra com o sensível.

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Manuel Gusmão em 2010, no velório de José Saramago Nuno Ferreira Santos
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No seu livro Teatros do Tempo (Caminho, 2001), Manuel Gusmão (1945-2023) incluía uma indicação de tal forma passageira, na aparência, e, tudo indicava, tão pouco esclarecedora, que lermos “oblíquo sobre o mundo” nada parece trazer-nos em troca. Mas bastará regressarmos ao primeiro livro de poemas do autor – Dois sóis, A Rosa: A arquitectura do mundo (Caminho, 1990) – para podermos ler, de novo: “A rosa declina a sua autobiografia, obliquamente caindo/ sobre quilómetros e quilómetros de florestas insistentes,/ sobre a sombria arquitectura desta terra longamente apaixonada,/ sobre a rosa que sobe até à aérea metalurgia das nuvens.” A propósito de Herberto Helder, escreveu Manuel Gusmão, nas páginas deste jornal: “um novo poema, ou seja, um recomeço, um novo nascimento”. E entrevistado por entrevistado por Rogério Barbosa da Silva e Silvana Maria Pessôa de Oliveira, falou o poeta do “renascimento perpétuo da poesia, do amor e do mundo” (Scripta 12, V. 7, N.º 12, 2003).

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