Marcelo criticado em protesto pró-Palestina, defende-se: “Disse o que Portugal pensa”

O Presidente da República defendeu este domingo que transmitiu a posição portuguesa: “Contra o terrorismo, mas a favor de um Estado palestiniano.”

Foto
Chefe de Estado esteve este domingo na manifestação a favor da Palestina LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO
Ouça este artigo
00:00
02:09

Depois das palavras que dirigiu ao chefe da missão diplomática da Palestina, na sexta-feira, a quem disse que os palestinianos "não deviam ter começado" a guerra entre Israel e o Hamas, pedindo "moderação" do lado da Palestina, o Presidente da República já tentou clarificar a sua posição, que mereceu críticas da opinião pública, por duas vezes. Este domingo, apareceu numa manifestação pró-Palestina frente ao Palácio de Belém para uma nova tentativa, mas foi mal recebido pelos manifestantes.

“O senhor não é comentador. É Presidente de todos os portugueses. Fala demais”, disse um manifestante, em declarações reproduzidas pela RTP3. Ao que Marcelo respondeu: “Portugal condenou o acto terrorista, mas é a favor da Palestina.” “Diga claramente que é a favor do Estado da Palestina”, desafiou o mesmo manifestante. “Ainda ontem [sábado] disse, tenho dito todos os dias”, insistiu o Presidente.

Uma outra participante na manifestação "Fim à ocupação. Cessar-fogo já!" — em que se ouviam gritos como "Marcelo aprende a história da Palestina" —, acusou o chefe de Estado de "envergonhar" os portugueses e de não a representar. "Esteve muito mal”, criticou, levando o Presidente a assegurar que, na sexta-feira, “disse o que Portugal pensa".

"A posição portuguesa é isso mesmo: contra o terrorismo, mas a favor de um Estado palestiniano", afirmou, acrescentando, depois: "Está contra o terrorismo? Está a favor do Estado palestiniano? Foi o que eu disse”, repetiu.

O Presidente defendeu também que falou "sistematicamente do direito humanitário" e que "ainda não tinha havido qualquer resposta aos ataques do Hamas e já dizia que tem de se respeitar o direito humanitário e que uma democracia tem de actuar no quadro de uma democracia, mesmo em tempo de guerra".

"A posição portuguesa é e será a mesma. Estamos firmes atrás da posição do engenheiro António Guterres, que é a posição das Nações Unidas", garantiu, sublinhando ainda que "Portugal sempre esteve ao lado da posição das Nações Unidas". Isto é, a ideia de que "há direito a haver um Estado palestiniano". "Não há hesitações", rematou.

Sugerir correcção
Ler 75 comentários