Não chega?

A estas crianças mortas em Gaza o poder em Israel e os seus papagaios ocidentais chamam danos colaterais. Como é possível chegar a este ponto de desumanidade, de racionalização do horror e de mentira?

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Estamos a assistir em direto ao massacre, assassínio em massa, genocídio ou o nome que lhe quiserem chamar de milhares de palestinianos, nomeadamente de crianças, ao ponto de a própria Unicef falar de cemitério de crianças e adolescentes em Gaza. Muitas destas crianças ficarão para sempre anónimas, não saberemos os nomes, não veremos as caras, não haverá sequer funeral, e nem a Torre Eiffel ou a Assembleia da República portuguesa se iluminarão em sua memória. Serão só pequenos corpos desaparecidos na montanha ou na cratera de destroços em que se tornaram as suas casas. A estes números colossais devemos juntar todas as crianças feridas, com queimaduras, amputadas, doentes, traumatizadas, órfãs, com fome, com sede. Crianças para as quais a vida, que já era a de encarceramento num pequeno território, passou a ser um pesadelo absoluto, deixaram de ter escola, de ter casa, de ter vida. Estão rodeadas de estrondos, de medo, de morte. Não chega?

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