Co-fundador da Altice já pagou caução de dez milhões de euros

Arguido da Operação Picoas está em prisão domiciliária há três meses e deverá agora ficar em liberdade.

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Armando Pereira era CEO da Altice Nuno Ferreira Santos

O co-fundador da Altice Armando Pereira já pagou a caução de dez milhões de euros para deixar a prisão domiciliária, na sequência da revisão das medidas de coação no processo Operação Picoas.

"Já foi prestada esta manhã, através do depósito bancário da quantia arbitrada pelo juiz, portanto, neste momento está à ordem deste processo e vai apenas aguardar o juiz confirmar isso e declarar a caução validamente prestada. A partir daí, o senhor Armando Pereira pode deslocar-se em liberdade", afirmou o advogado Manuel Magalhães e Silva, confirmando a informação avançada ao final da manhã pela SIC.

Em declarações aos jornalistas no Campus da Justiça, o mandatário do co-fundador da Altice acrescentou que Armando Pereira até poderá sair "já amanhã" em liberdade da sua residência em Guilhofrei, no distrito de Braga, onde esteve cativo nos últimos três meses.

Neste processo está em causa uma "viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência" que apontam para corrupção privada na forma activa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento.

Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros. A investigação indica também a existência de indícios de "aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira", através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Diz ainda o Ministério Público que neste esquema terão também sido usadas sociedades offshore, razão pela qual estão ainda em causa os crimes de branqueamento e falsificação.

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