O beijo do cinema no encantamento de Amália

Tem aura de filme maldito. Foi ignorado e olhado de soslaio pela crítica. Em As Ilhas Encantadas (1965), cuja versão restaurada teve estreia em Lyon, Amália deixa de lado o seu “boneco” de cantadeira.

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Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema
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O passado é presente, para ser resgatado, no Festival Lumière de Lyon. As cinematecas de todo o mundo enviam-lhe “tesouros e curiosidades”, restaurados e digitalizados, para ficar mais completa a memória do mundo. Somos, ali, na Rue do Premier Film, onde os irmãos Lumière filmaram La Sortie de l’Usine Lumière à Lyon em 1895, os primeiros espectadores. O caso, por exemplo, de um cineasta coreano que, pelo facto de ter trocado o Sul pelo Norte, ficou condenado ao oblívio e viu o seu nome rasurado da narrativa oficial do cinema sul-coreano de forma que só em 1993 se soube que Une Ville Natale (1949), de Yoon Yong-gyu (é esse o seu nome), em que um jovem monge procura a sua mãe, era um filme que existia e não estava perdido — o fait divers é movimentado em volta deste melodrama do país de Bong Joon-ho, Hong Sang-soo ou Park Chan-wook: é que a vedeta feminina também acabaria a trabalhar no regime de Pyongyang que a raptou, até ela conseguir fugir para os EUA.

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