Infarmed avança com inspecção ao IPO de Lisboa

Degradação das condições no serviço de farmacêutica, que motivou demissão da directora e pedidos de escusa de responsabilidade, está na origem da acção.

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Um grupo de 29 enfermeiros e 11 pediatras pediu escusa de responsabilidades no IPO de Lisboa rui Gaudencio/Público
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O Infarmed decidiu realizar uma acção inspectiva ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa para avaliar as condições em que está a ser preparada a quimioterapia com que são tratados os doentes na instituição.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde reage, assim, ao apelo do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, que alertara para a degradação das condições no serviço farmacêutico e que esteve na origem do pedido de demissão da directora daquele serviço, na sexta-feira passada. Posteriormente, como o PÚBLICO noticiou esta quarta-feira, todos os farmacêuticos do serviço de farmácia e um grupo de médicos pediatras e enfermeiros pediram escusa de responsabilidade.

A notícia da inspecção foi inicialmente avançada pela Rádio Renascença. O Infarmed confirmou ao PÚBLICO que está “em contacto” com o IPO, ao qual “requisitou os respectivos esclarecimentos”, e que “será feita uma acção inspectiva com a finalidade de analisar a situação​”.

De acordo com Hélder Mota Filipe, “a unidade de verificação da qualidade do ar está degradada e as câmaras de preparação de medicamentos citotóxicos não garantem a pressão negativa, bem como o fluxo vertical que protege os operadores”. Estes problemas afectam “a qualidade da produção” e, ao mesmo tempo, “põem em risco os farmacêuticos que preparam os medicamentos”, diz o bastonário.

A administração do IPO reconhece a necessidade de “intervenções de manutenção nas salas do serviço farmacêutico” e adianta que já está em curso o procedimento para alugar um edifício modular que permita instalar provisoriamente a unidade de preparação de citotóxicos.

Tanto o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos como a administração do IPO garantem que a segurança dos doentes não está em risco.

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