58 anos de proteção e cuidado: o Programa Nacional de Vacinação

Quando nos vacinamos ou optamos pela vacinação dos nossos filhos, estamos a dar vida a uma manifestação tangível de empatia e cuidado.

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A vacinação não é apenas um ato individual. É um compromisso com a comunidade e um testemunho da capacidade humana de utilizar a ciência em prol do bem comum.

Portugal tem liderado este compromisso coletivo com a saúde, através da criação do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que completa 58 anos. Décadas que contam muito mais do que estatísticas de sucesso da cobertura: representam milhares de vidas salvas, milhões de episódios de doenças evitadas e um futuro que possibilita atingirmos o nosso potencial de saúde máximo.

Este programa da Direção-Geral da Saúde surgiu com o objetivo de controlar, eliminar ou mesmo erradicar doenças infeciosas de elevada incidência, sequelas ou mortalidade, e transformou-se numa das mais importantes armas na defesa da saúde pública.

Mais do que um programa, o PNV é um pacto de solidariedade. É universal, gratuito e equitativo, garantindo que todos em Portugal, independentemente da sua condição socioeconómica, tenham acesso às vacinas mais seguras e modernas, assegurando que todos tenham a mesma proteção.

Refletindo sobre a trajetória deste programa, é impossível não admirar o seu impacto. Começando com apenas seis vacinas, o PNV teve a honra de eliminar a vacina contra a varíola de seu regime em 1980, após a erradicação da doença. Hoje, o programa protege contra 13 doenças ao longo da vida.

Os números falam por si. Em 2022, no primeiro ano de vida, uma impressionante percentagem de 98% a 99% das crianças em Portugal receberam todas as vacinas e doses previstas no PNV. Mesmo ao avaliar as vacinas até aos 7 anos de idade, os números mantêm-se muito elevados, alcançando ou superando a meta de 95% de cobertura vacinal.

A história do PNV é também uma história de resiliência. Mesmo nos anos difíceis da pandemia por covid-19, o esforço de todos os profissionais, especialmente as enfermeiras e enfermeiros, permitiu continuar a vacinação, apesar da adversidade. No entanto, não podemos ficar complacentes. Os movimentos anticiência e antivacinação são uma ameaça, aumentando a probabilidade de ressurgência de doenças eliminadas ou controladas.

A Direção-Geral da Saúde continuará o seu papel de coordenação do PNV conjuntamente com as suas comissões técnicas e com todas as instituições parceiras. E continuará a apresentar factos contra mitos e contra a desinformação. Ao celebrarmos o 58.º aniversário do PNV, é essencial reconhecermos a nossa responsabilidade coletiva.

Quando nos vacinamos ou optamos pela vacinação dos nossos filhos, estamos a dar vida a uma manifestação tangível de empatia e cuidado. É uma afirmação coletiva da nossa dedicação a um mundo mais seguro e mais saudável para todos.

Então, que continuemos a celebrar, a proteger-nos e, acima de tudo, a cuidar uns dos outros. Podemos criar um futuro mais saudável e seguro para todos.

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