PSD quer ouvir ex-Provedor da Santa Casa e actuais dirigentes sobre actual situação

Os deputados do PSD lembram que a situação financeira da SCML tem “impacto directo na actuação de diferentes ministérios do Governo”, além do papel social que a própria instituição desempenha.

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"Importa esclarecer publicamente esta situação para salvaguarda das instituições", consideram os deputados DANIEL ROCHA / ARQUIVO

O PSD pediu esta quinta-feira a audição parlamentar do anterior provedor Edmundo Martinho e de dirigentes da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para esclarecer "os factos e acontecimentos que deram origem à actual situação problemática da SCML".

Em requerimento dirigido à presidente da Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social, Isabel Meireles, a que a Lusa teve acesso, o grupo parlamentar do PSD refere que, de acordo com o último relatório de contas (de 2020) da SCML, "o número de dirigentes cresceu 50% em apenas seis anos".

"A situação contrasta com o que agora se sabe: 72,1 milhões de euros de prejuízos em 2020 e 2021 e anúncios de racionalização de custos", mencionam os deputados sociais-democratas, solicitando, "com carácter de urgência", e previamente às audições da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da actual Provedora da SCML, Ana Jorge (já aprovadas), a audição do ex-provedor Edmundo Martinho, do ex-vice-provedor João Pedro Correia e da ex-administradora Filipa Klut.

No requerimento, os deputados do PSD salientam que os processos de contratação interna têm sido alvo de acção judicial, com várias buscas à SCML, segundo os media, que também referem que, "internamente, as comissões de serviço de dirigentes estão suspensas e em processo de reavaliação".

A este propósito, indicam que foi noticiado esta semana, numa reportagem jornalística, que no âmbito do processo de investigação judicial intitulado Tempestade Perfeita há ligações e contratações suspeitas de ex-dirigentes da anterior direcção da instituição.

Os deputados do PSD notam que a actual administração, que só tomou posse em Maio, tornou público que "já deu início ao levantamento e análise dos processos mencionados para aferir os contornos da sua tramitação", sendo que a equipa de Ana Jorge não omite sequer que algumas situações poderão ter incidência judicial.

Os deputados do PSD lembram que a situação financeira da SCML tem "impacto directo na actuação de diferentes ministérios do Governo, considerando o contributo das suas receitas no financiamento dos mesmos".

Por outro lado, acrescentam, a própria instituição desempenha um papel na área social de "grande relevância", sendo que, a esse papel que desempenha, deve somar-se o facto de o Ministério do Trabalho e Segurança Social ser o principal beneficiário das receitas líquidas dos jogos sociais.

"Ora, pela sua actualidade e relevância, importa esclarecer publicamente esta situação para salvaguarda das instituições e portugueses beneficiários do património e receitas dos jogos sociais da SCML", justificam os deputados sociais-democratas.

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