Volvo diz adeus ao gasóleo já em 2024

Construtora tem o objectivo de cumprir a regulação europeia, de vender apenas automóveis 100% eléctricos, cinco anos antes da sua implementação. Primeiro passo: abolir os Diesel.

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A Volvo está a investir em automóveis electrificados e 100% eléctricos, como o C40 DR
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A Volvo anunciou, nesta quinta-feira, a decisão de deixar de produzir carros com motores Diesel já no próximo ano. A novidade, anunciada na Semana do Clima de Nova Iorque, a decorrer até à próxima segunda-feira, visa assinalar “o compromisso” da marca com as metas traçadas pela empresa sueca, subsidiária da chinesa Geely. Nos objectivos da marca há duas datas marcantes, recorda-se em comunicado: “a partir de 2030, a Volvo Cars pretende comercializar apenas automóveis totalmente eléctricos e atingir, até 2040, a neutralidade climática”.

O último automóvel da Volvo alimentado a gasóleo sairá das linhas de produção no início de 2024, informa-se, o que faz com que a marca se coloque entre “os primeiros fabricantes de automóveis tradicionais a dar este passo”. A derradeira unidade com motor alimentado a gasóleo será um XC90, confirmou a Volvo Portugal ao PÚBLICO, que será mantido no museu do emblema, em Gotemburgo.

Entre a gama actual, a Volvo mantinha apenas dois motores Diesel, os B4 e B5, ambos blocos de 2,0 litros de quatro cilindros em linha, com 190 e 235cv, respectivamente, que podiam ser encontrados sob o capot de sete modelos: V60, V60 Cross Country, XC60, V90, V90 Cross Country, S90 e XC90.

O primeiro passo para cumprir a regulação europeia, que prevê a proibição de vender carros novos com motores térmicos a partir de 2035, foi dado pela Volvo há quase um ano, quando, em Novembro de 2022, anunciou ter decidido “abandonar o desenvolvimento de novos motores de combustão”, divergindo esse investimento para o sector da electrificação.

E a decisão, além de beneficiar o clima, vai ao encontro do próprio mercado, como assume a marca: “Há apenas quatro anos, o motor a gasóleo liderava as vendas de veículos novos (…); desde então, essa tendência inverteu-se”. Hoje, a maioria das vendas da marca na Europa assenta em automóveis 100% eléctricos ou electrificados.

No mercado português, por exemplo, os Diesel tiveram, em 2022, uma quota de mercado de menos de 20% (17,9%), depois de, durante muitos anos, terem representado dois terços das vendas entre os ligeiros de passageiros.

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