Em Genebra, esta pintura gigante pede um mundo sem armas à ONU

O artista pintou uma mão gigante que parece estar a reparar uma escultura conhecida como Cadeira Partida, criada para chamar a atenção para o impacto das minas em civis nas zonas de conflito.

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All of Us, obra do artista franco-suíço Saype Reuters/DENIS BALIBOUSE

Na praça que fica em frente às Nações Unidas em Genebra, o artista franco-suíço Saype usou tinta amiga do ambiente para criar um fresco gigante e alertar para a situação dos civis em conflitos armados.

Em colaboração com a organização Handicap International, o artista de 34 anos pintou uma mão gigante numa tela de relva, utilizando materiais como giz e carvão que, de cima, parece estar a reparar uma escultura conhecida como Cadeira Partida.

A cadeira partida, com apenas três pernas, é uma obra do artista Daniel Berset, erguida na Place des Nations em 1997 e pensada para chamar a atenção para o impacto das minas antipessoais em civis que estão em zonas de conflito.

“A ideia era pintar uma mão que vem reparar a perna partida”, disse Saype à Reuters, sobre o fresco a que chamou All of Us. “Na minha cabeça, esta mão representa o mundo inteiro e que todos nos podemos associar à Handicap International e à sua luta.”

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A Handicap International foi fundada em 1982 para dar assistência aos refugiados do Cambodja que perderam membros. A organização foi ainda co-fundadora da campanha internacional pelo fim das minas antipessoais, em 1992, vencedora de um prémio Nobel da Paz.

Dá assistência a populações vulneráveis de todo o mundo, incluindo civis que perderam membros do corpo em conflitos armados.

A questão as minas antipessoais é ainda mais urgente devido à guerra na Ucrânia, disse Saype.

O número de pessoas que morreram ou ficaram feridas devido às munições de fragmentação aumentou muito e a destruição, em Junho, da barragem de Kakhovka resultou numa inundação que, com bastante probabilidade, fez deslocar várias minas, colocando em perigo os civis.

“Na maioria dos meus projectos, uso a arte para passar mensagens”, disse Saype. “Gosto de dizer que causo impacto na sociedade sem causas impacto na Natureza.”

Saype é mais conhecido pelo seu trabalho chamado Beyond Walls, uma série onde pintou mãos gigantes interligadas em cidades como Berlim, Istambul e Cidade do Cabo.

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