Passagem de Marcelo animou bairro português de Montreal

O Presidente está actualmente no Canadá, onde visitou estabelecimentos portugueses. Esteve num cabeleireiro, foi para trás do balcão numa churrascaria e comeu um pastel de nata num café.

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Marcelo Rebelo de Sousa ao encontro da comunidade portuguesa em Montreal, no Canadá LUSA/NUNO VEIGA
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O primeiro ponto da visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa ao Canadá foi a cidade de Montreal LUSA/NUNO VEIGA
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O Presidente da República distribuiu afectos aos portugueses em Montreal LUSA/NUNO VEIGA
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O Presidente da República distribuiu afectos aos portugueses em Montreal LUSA/NUNO VEIGA
Manchester de Joey Garlic
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O Presidente da República distribuiu afectos aos portugueses em Montreal LUSA/NUNO VEIGA

A passagem do Presidente da República pelo bairro português de Montreal na quinta-feira animou as ruas onde se juntaram largas dezenas de luso-canadianos, com quem Marcelo Rebelo de Sousa contactou quase um por um.

Num passeio a pé, em ritmo intenso, o chefe de Estado entrou em vários estabelecimentos de comércio portugueses: surpreendeu uma cliente que fazia madeixas num cabeleireiro, foi para trás do balcão numa churrascaria e comeu um pastel de nata num café.

Marcelo Rebelo de Sousa parou também numa loja de ferragens de propriedade açoriana, onde decidiu comprar um galo de Barcelos, e entrou numa agência bancária portuguesa, distribuindo pelo caminho abraços e beijos, alameda Saint Laurent acima, até ao Parque de Portugal.

A presença do Presidente da República, disponível para incontáveis fotografias e com tempo para conversas de forma bem-disposta, agitou o fim de tarde no bairro português, provocou risos e deixou alguns emigrantes emocionados.

"Ele cultiva a proximidade com o povo, é um homem de afectos, por isso nós o amamos muito", comentou uma mulher.

A cidade de Montreal foi o primeiro ponto da visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa ao Canadá, país onde segundo o recenseamento de 2021 vivem cerca de 450 mil pessoas de origem portuguesa, o que abrange portugueses e luso-descendentes.

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Marcelo tirou fotografias com elementos de associações culturais que vestiam trajes típicos Nuno Veiga

No Parque de Portugal, o chefe de Estado posou em frente a um mural da fadista Amália Rodrigues e confraternizou com representantes de associações dos Açores (de onde é originária a maioria dos portugueses residentes no Canadá), mas também do Minho, do Ribatejo e da Nazaré, muitos com trajes típicos.

O Presidente da República começou este passeio a pé na Missão de Santa Cruz, instituição católica fundada em 1964, que tem um centro comunitário, uma escola onde se ensina português e uma igreja, onde Marcelo Rebelo de Sousa rezou.

Depois deste momento de convívio com a comunidade residente em Montreal, o Presidente da República viajou de avião para Toronto, onde terá hoje um encontro com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

"Os portugueses decidem o que querem"

Antes, o Presidente da República foi confrontado por um emigrante português apoiante do Chega que o criticou por manter em funções o actual Governo, a quem respondeu que "os portugueses decidem o que querem".

O jovem emigrante, Dany Reis Marcelino, que se identificou como apoiante do partido Chega, abordou Marcelo Rebelo de Sousa durante a sua visita à instituição Missão de Santa Cruz, em Montreal, enquanto filmava o chefe de Estado com o telemóvel.

"Quando é que você vai pôr o Governo abaixo?", perguntou Dany Marcelino, acrescentando: "Porque é que você tem medo de o Chega ir para o Governo? É por isso que você não faz nada?".

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe que "os portugueses decidem o que querem para o Governo e, portanto, se decidirem A, é A, se for B é B". "Mas você tem o poder de pôr o Governo abaixo, você vai ser conhecido pelo Presidente da República que durou o PS todo", retorquiu o jovem.

O Presidente da República lembrou então que "os portugueses votaram há um ano e pouco para este Governo" chefiado por António Costa, nas legislativas antecipadas de 30 de Janeiro de 2022, que o PS venceu com maioria absoluta.

"Quando houver eleições, várias, para as autarquias, para as europeias, por aí adiante, para a Madeira, para os Açores, dirão se querem ou não querem", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Dany Marcelino, que esteve sempre a filmar o chefe de Estado com o telemóvel e tinha uma outra câmara junto ao corpo, declarou no fim desta troca de palavras: "Já consegui o que queria".

O jovem usava um boné com a bandeira portuguesa e a frase em inglês Make Portugal great again (em português: fazer Portugal grande novamente), uma adaptação do slogan do anterior Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.

Questionado pela agência Lusa, Dany Marcelino identificou-se como apoiante do Chega, mas não militante, afirmou estar "farto de ver a mesma coisa" na política portuguesa e defendeu que é preciso "deixar um pouco o politicamente correcto".

A visita ao Canadá, com um programa dedicado às comunidades portuguesas, entre quarta-feira e domingo, coincide com as celebrações dos 70 anos da chegada dos primeiros emigrantes portugueses oficialmente registados a este país.

Os chamados pioneiros chegaram em 1953, na sequência do estabelecimento de relações diplomáticas formais entre os dois países.

Acompanham o Presidente da República no Canadá o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e os deputados João Azevedo e Castro, do PS, Francisco Pimentel, do PSD, Diogo Pacheco de Amorim, do Chega, Rodrigo Saraiva, líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Bruno Dias, do PCP, e José Soeiro, do Bloco de Esquerda.

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