Sismo em Marrocos: número de mortos sobe para 2497

A província mais afectada é Al Haouz, com 1452 vítimas mortais.

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O sismo que atingiu Marrocos na sexta-feira foi o mais violento dos últimos 120 anos Reuters/HANNAH MCKAY

O último balanço das vítimas do sismo que atingiu Marrocos na última sexta-feira aponta para 2497 mortos. Citado pela agência noticiosa estatal, o Ministério do Interior marroquino revelou novos números esta segunda-feira de manhã, que também incluem 2476 feridos. A província mais afectada é Al Haouz, com 1452 vítimas mortais.

Mais de 48 horas depois do terramoto mais mortífero em 60 anos no país do Norte de África, as equipas de socorro nacionais e internacionais continuam numa corrida contra o tempo à procura de sobreviventes entre os escombros dos edifícios derrubados, nomeadamente nas pequenas localidades do Alto Atlas marroquino e na região Sudoeste de Marraquexe.

O facto de muitas das zonas afectadas pelo sismo serem de difícil acesso, faz com que as autoridades marroquinas suspeitem que o número de mortos ainda venha a aumentar bastante ao longo das próximas horas e dias – nem sequer foi divulgada uma estimativa sobre o número de pessoas desaparecidas.

Parte das estradas na região montanhosa estão bloqueadas ou obstruídas por grandes blocos de pedra e de terra que se soltaram durante o terramoto. Para além disso, muitas das casas dali foram construídas com tijolos de barro e madeira, pelo que o impacto do sismo foi devastador, destruindo-as quase por completo.

“É difícil retirar as pessoas com vida porque a maioria das paredes e tectos [das casas] se transformaram em escombros de terra quando caíram, soterrando quem estava lá dentro”, explicou um militar marroquino envolvido nas operações de resgate, que pediu para não ser identificado por causa das regras do Exército que proíbem o contacto com a comunicação social.

Com as casas destruídas ou declaradas inseguras, muitos sobreviventes do terramoto passaram a terceira noite consecutiva ao relento.

Em Imgdal, uma aldeia a cerca de 75 quilómetros a sul de Marraquexe, mulheres e crianças amontoaram-se em tendas improvisadas que foram erguidas ao longo das estradas e junto a edifícios danificados. Outros reuniram-se em volta de uma fogueira.

Na aldeia de of Tafeghaghte, Hamid ben Henna descreve como o seu filho de oito anos morreu, debaixo dos escombros, depois de ter ido buscar uma faca à cozinha quando o resto da família jantava na zona exterior da sua casa.

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