Dadores estão mais velhos, dão sangue menos vezes e há mais suspensões temporárias

No ano passado, 203.287 pessoas deram sangue, menos 801 do que no ano anterior. Foram registadas 306.796 dádivas, menos 3931 do que em 2021.

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O relatório de Actividade Transfusional e Sistema Português de Hemovigilância do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) de 2022 revela que no ano passado houve menos dadores e dádivas. asm ADRIANO MIRANDA
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O relatório de Actividade Transfusional e Sistema Português de Hemovigilância do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) de 2022 revela que no ano passado houve menos dadores e dádivas.

De acordo com o Jornal de Notícias, que cita o relatório, no ano passado 203.287 pessoas deram sangue, menos 801 do que no ano anterior, e os gestos benévolos resultaram em 306.796 dádivas, menos 3931 do que em 2021.

De acordo com o mesmo documento, há várias razões que justificam esta diminuição: os dadores estão mais velhos, dão sangue menos vezes e há mais suspensões temporárias.

“A distribuição por grupos etários demonstra um envelhecimento da população de dadores, de acordo também com as alterações demográficas na população portuguesa, verificando-se um aumento proporcional nos grupos etários entre os 45 e os 65 anos e mais de 65 anos e uma diminuição mantida na frequência relativa dos dadores no grupo etário dos 25 aos 44 anos”, lê-se no documento.

Entre 2018 e 2022 registou-se um aumento dos dadores entre os 18 e os 24 anos (34.004 para 37.394), mas uma redução mais significativa na faixa entre os 25 e os 44 anos (de 112.815 para 104.304), tendo a média de idades dos dadores subido no ano passado, aproximando-se dos 41 anos.

O documento também sublinha que a taxa de suspensão de dadores se tem mantido estável ao longo dos anos, verificando-se um acréscimo em 2022 para valores semelhantes ao período pré-pandémico, provavelmente explicado pelo regresso à realização de viagens para destinos com risco geográfico.

Em 2022 foram suspensos 63.047 dadores, mas 58.771 dos casos são suspensões temporárias. Em comparação com 2021, houve mais 6012 suspensões no ano passado. “No que se refere às causas de suspensão, em 2022 verifica-se uma diminuição das suspensões por comportamentos de alto risco e um aumento na suspensão por viagens”, revela o relatório do IPST.

No ano passado houve 7170 suspensões por causa de viagens quando no ano anterior tinham sido registadas 2935 por este motivo.

A notícia do Jornal de Notícias revela que a tendência de redução de dádivas parece manter-se este ano e que, segundo dados do IPST, de Janeiro a Julho, as colheitas do instituto - que representam 60% do sangue a nível nacional - baixaram ligeiramente face ao período homólogo de 2022, passando de 107.018 unidades para 103.819.

Aliás, as reservas baixaram tanto que no dia 22 de Agosto o IPST teve de fazer um apelo nacional à dádiva.

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