Farmacêuticos vão receber formação para administrar vacina contra covid-19

A Ordem dos Farmacêuticos já aplaudiu a medida apresentada pelo Ministério da Saúde. Já a Ordem dos Enfermeiros defende que é preciso haver enfermeiros nas farmácias para se administrarem vacinas.

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Seis mil farmacêuticos vão poder participar numa formação gratuita sobre a administração da vacina Gregorio Cunha

Cerca de seis mil farmacêuticos vão poder participar numa formação gratuita sobre a administração da vacina contra a covid-19, para que sejam assegurados “elevados padrões de eficiência e efectividade” na vacinação, anunciou esta quinta-feira a Ordem dos Farmacêuticos.

O Ministério da Saúde decidiu incluir a vacinação de reforço contra a covid-19 na próxima época de vacinação contra a gripe, que se deve iniciar na segunda quinzena de Setembro, uma medida aplaudida pelo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Hélder Mota Filipe.

Esta medida aproveita “a possibilidade que os farmacêuticos comunitários, através das farmácias comunitárias, têm de ajudar o próprio sistema de saúde e o Serviço Nacional de Saúde em particular”, disse o bastonário à agência Lusa.

Segundo Hélder Mota Filipe, existem cerca de 6000 farmacêuticos, distribuídos por cerca de 2600 farmácias comunitárias em todo o país, que podem receber esta formação online gratuita, disponibilizada pela OF.

Para garantir “o sucesso e a máxima qualidade” de todo o processo, os farmacêuticos com competência farmacêutica em administração de vacinas e medicamentos injectáveis vão ser notificados durante a primeira quinzena de Setembro para frequentar este curso que, segundo o bastonário, visa “habilitar homogeneamente” todos os profissionais relativamente às particularidades desta vacina.

Neste sentido, a OF compilou um conjunto de perguntas e respostas para apoiar os farmacêuticos, englobando questões relacionadas com formação para administração das vacinas, o processo logístico da vacinação e critérios de elegibilidade da população a ser inoculada nas farmácias comunitárias.

Para Helder Mota Filipe, integrar os farmacêuticos na vacinação contra a covid-19 “é uma boa medida do Governo” e vai ao encontro de uma proposta que a Ordem dos Farmacêuticos já vinha a fazer.

Por outro lado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) já se manifestou contra a medida. “A administração de vacinas não é da competência desses profissionais de saúde”, pode ler-se no comunicado emitido pela OE, que defende que as vacinas deveriam ser administradas em farmácias, apenas se estas contratarem enfermeiros para o efeito.

“A Ordem dos Enfermeiros defende a segurança dos cuidados prestados às pessoas numa lógica de respeito pelas competências profissionais próprias de cada classe profissional. Por comparação, não passa pela cabeça da Ordem dos Enfermeiros administrar formação ad hoc para que os enfermeiros vendam medicamentos”, conclui o texto.

Podem participar na campanha de vacinação sazonal as farmácias comunitárias que tenham serviço de administração de vacinas, profissionais com formação específica para administração de vacinas e que manifestem disponibilidade para participar na campanha, segundo uma portaria publicada no dia 17 de Agosto no Diário da República.

Estas farmácias vão poder praticar um horário mais alargado, estando a lista de aderentes disponibilizada nos sites do Serviço Nacional de Saúde, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed.

De acordo com a portaria, caberá agora à DGS proceder à emissão das orientações técnicas que presidem ao processo de vacinação, nomeadamente com a definição dos critérios de vacinação e dos utentes elegíveis.

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