Açores propõem custear até 40% dos salários dos jornalistas até 1500 euros

O Governo Regional pretende apoiar em 20% os salários dos jornalistas “contratados a termo ou em regime de prestação de serviços” e em 40% os salários dos contratados por tempo indeterminado.

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O Media+ vai substituir o Promedia que foi criado em 2006 RUI GAUDENCIO

O Governo dos Açores quer criar um novo programa de incentivo à comunicação social, o Media+, que prevê suportar até 40% dos salários dos jornalistas até 1500 euros e comparticipar formações e projectos multimédia, foi revelado esta terça-feira, 29 de Agosto.

Segundo o projecto de decreto legislativo regional, a que agência Lusa teve acesso, o novo "programa de apoio aos media dos Açores" prevê uma "compensação salarial" que consiste na "atribuição mensal de um apoio financeiro". O valor do apoio é "calculado pela média mensal dos encargos remuneratórios base das entidades candidatas com trabalhadores e prestadores de serviços, com domicílio fiscal nos Açores".

No caso de jornalistas contratados por tempo indeterminado nas "áreas da produção, edição e difusão de conteúdos informativos" é suportado 40% do respectivo salário.

O Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) pretende apoiar em 20% os salários dos jornalistas "contratados a termo ou em regime de prestação de serviços". "Quando a remuneração líquida mensal dos trabalhadores ou prestadores de serviço seja superior a 1500 euros é este o valor que se considera para efeitos do cálculo do correspondente apoio financeiro", lê-se no documento.

No caso de o órgão de comunicação social exercer "actividade efectiva" nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores ou Corvo, "o apoio financeiro mensal é acrescido de uma majoração de 10%".

O Media+, que ainda vai a Conselho do Governo Regional, seguindo depois para o parlamento açoriano, prevê também apoios à "capacitação dos profissionais da comunicação social", comparticipando a fundo perdido as deslocações a território nacional e até 75% do valor da inscrição em acções de formação.

O programa prevê apoios a fundo perdido para o desenvolvimento digital no montante máximo de 40 mil euros por projecto em São Miguel e na Terceira e de 50 mil euros nas restantes ilhas.

O diploma especifica que, entre os projectos digitais elegíveis, está o "desenvolvimento de redacções multimédia", o "alojamento inicial em plataformas digitais de produção e disponibilização de conteúdos", a "aquisição de equipamentos e programas informáticos" e a "disponibilização de conteúdos online em multiplataforma".

Para "facilitar a circulação" dos conteúdos jornalísticos pelas ilhas, o executivo regional propõe-se a comparticipar 60% do "transporte interilhas em carga aérea das publicações", do "pagamento das despesas de correio relativas à expedição postal" e à "distribuição "online" do sinal de rádio".

O Media+ prevê ainda um "apoio especial à produção" que consiste na "comparticipação mensal de até 40%" dos custos de energia eléctrica, das comunicações telefónicas ("até ao máximo de duas por redacção") e do "alojamento em servidores de edições ou páginas "online"".

"Com o Programa de Apoio aos Media dos Açores, designado Media+, pretende-se alterar o paradigma até agora existente, concentrando os apoios na valorização dos seus profissionais, não descurando, ainda assim, as medidas de apoio à comunicação social privada que já se encontram estabilizadas", advoga o Governo Regional na introdução do decreto.

O Media+ vai substituir o Promedia - Programa Regional de apoio à Comunicação Social Privada, que foi criado em 2006 quando o Governo Regional era liderado pelo PS.

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