Trabalham, mas não conseguem pagar casa: magrebinos vivem em camaratas ou na rua no Porto

São de uma primeira geração de imigrantes do Norte de África que vem suprir escassez de mão-de-obra na construção civil, no Porto. Alguns chegaram de barco, muitos vivem em tendas na rua.

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Alguns imigrantes magrebinos dormem em tendas ou na rua. Outros vivem em apartamentos sobrelotados Paulo Pimenta
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Hamza (nome fictício) chegou a Portugal há três anos para tentar cumprir um objectivo traçado ainda na Argélia, onde nasceu há 31 anos. No seu país natal não conseguia encontrar um emprego que lhe garantisse uma remuneração à medida das suas necessidades básicas e o seu horizonte de futuro foi-se tornando cada vez mais curto. Solteiro, sem filhos, e com uma idade que considerou ainda dar-lhe alguma margem de manobra, decidiu arriscar. Com mais seis conterrâneos na mesma situação, meteu-se “num barco pequeno” e enfrentou o risco das ondas do mar Mediterrâneo e as autoridades que o vigiam para atravessar do Norte de África para Espanha. O país vizinho serviu apenas de porto. A estratégia de Hamza mantinha-se e o seu foco também. Só ia descansar quando entrasse em Portugal. Era aí que lhe tinham dito, através do passa-palavra, que ia conseguir melhorar a sua situação.

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