Motoristas instalam sanita ao ar livre contra falta de condições de terminal no Porto

STCP Serviços, gestora da infra-estrutura, referiu que o terminal deverá abrir em Setembro e não em Julho, a data anteriormente adiantada pela Câmara Municipal do Porto

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Novo parque de camionagem de Paranhos não tem casas de banho nem refeitório. LUSA/ESTELA SILVA
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Novo parque de camionagem de Paranhos não tem casas de banho nem refeitório. LUSA/ESTELA SILVA
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Novo parque de camionagem de Paranhos não tem casas de banho nem refeitório. LUSA/ESTELA SILVA
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Novo parque de camionagem de Paranhos não tem casas de banho nem refeitório. LUSA/ESTELA SILVA

Cerca de meia centena de motoristas de autocarro instalaram hoje simbolicamente uma sanita ao ar livre junto ao terminal no Pólo Universitário do Porto, em protesto contra a falta de condições do espaço, disse aos jornalistas um responsável sindical.

"Foi a forma de chamar mais à atenção, para ver se, de uma vez por todas, a câmara, o senhor presidente da câmara e a STCP Serviços [gestora do terminal] ganham vergonha e resolvem este problema", justificou à Lusa José Manuel Silva, coordenador do Sindicato dos Transportes Rodoviários Urbanos do Norte (STRUN).

Numa instalação que lembra a Fonte de Marcel Duchamp (1917), a sanita de cerâmica ficou isolada num terreno relvado junto ao parque de estacionamento de autocarros do terminal rodoviário do Pólo Universitário.

Rodeada por uma rede escura de cerca de um metro de altura para proteger o possível utilizador de olhares mais indiscretos, dando a privacidade possível, a peça de cerâmica permaneceu intacta, com o papel higiénico por utilizar no respectivo suporte.

Os cartazes da meia centena de motoristas também não fugiam à temática escatológica, falando num "WC especial relvado, perfumado, temperatura ambiente, água corrente".

De acordo com o responsável sindical do STRUN, o parque de estacionamento "deveria (...) ter uma casa de banho daquelas provisórias, para o trabalhador ir à casa de banho", até à abertura do terminal de passageiros do Pólo Universitário, junto à estação de metro, que fica a 200 metros do parque de estacionamento de autocarros.

"Os homens ainda se encostam para aí e resolvem, mas as motoristas senhoras é complicado", acrescentou José Manuel Silva, que relembrou que a abertura do terminal estava prevista para Julho, ironizando hoje que "só se for o de 2024".

Fonte oficial da STCP Serviços, gestora da infra-estrutura para quem a Câmara do Porto remeteu esclarecimentos, confirmou hoje à Lusa que o terminal deverá abrir em Setembro, ao contrário do Julho anteriormente adiantado pela Câmara do Porto.

"O projecto do Terminal da Asprela [no Pólo Universitário] prevê um edifício com sala de espera, cafetaria e instalações sanitárias na rua Alfredo Allen de acesso livre para passageiros e também motoristas", refere ainda a STCP Serviços.

A STCP Serviços, gestora da infra-estrutura, afirmou também não estar "prevista a construção de WC na Rua Manuel Pacheco de Miranda [local do parque a 200 metros do terminal do Pólo Universitário], onde existe apenas um parque de estacionamento de autocarros", utilizado informalmente desde 2013.

José Manuel Silva admitiu que o terminal do Pólo Universitário "pode ser uma solução se tiver casas de banho", mas será necessário "arranjar lugares suficientes para o motorista poder chegar aqui, encostar o autocarro e ir para lá".

Relativamente a este problema, a STCP Serviços garante que "o parque de estacionamento seja para utilização exclusiva de autocarros autorizados funcionando com controlo de acessos", mas "até à data não foi ainda possível instalar o sistema, estando este dependente da conclusão de um ramal de energia (facto que é alheio à STCP Serviços)".

Em causa está a mudança de terminais de autocarro na cidade, implementada pela Câmara Municipal do Porto em um de Junho, que centralizou as paragens das carreiras nos terminais das Camélias e Asprela (com pólos no Pólo Universitário e no Hospital São João) e as retirou do centro da cidade.

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