Marias, Alziras, Giselas... A luta delas por direitos sexuais no pós-Revolução dos Cravos

Após 1974 elas pegam no megafone. Antónias, Marias, Alziras, Giselas e tantas outras (muitas anónimas) falam dos silêncios, discriminações e criminalizações que afetaram as suas vidas.

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A jornalista Maria Antónia Palla entrevista Alzira no documentário "Uma Alzira Como Tantas Outras", da RTP/Autoria: Antónia de Sousa, Maria Antónia Palla Realização: Cinequipa. Frame do documentário DR
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Quando ela chega à redação, tem sempre os lápis afiados arrumados sobre o papel, e o papel alinhado sobre a mesa. Ela é jornalista, dirige a revista Modas & Bordados, uma publicação progressista, ao contrário do que o título sugere. Está a viver a turbulência revolucionária de abril e, simultaneamente, a morte trágica de uma filha ainda menina. Naquele dia, algures em maio de 1975, senta-se à secretária e abre aquela carta manuscrita que chegou por correio, contando uma história que é pessoal e sexual. Na noite de 25 para 26 de abril de 1974, a adolescente de 15 anos (simplesmente Gisela, como consta no remetente do envelope) fez amor pela primeira vez "até ao fim” com um jovem revolucionário. A euforia da libertação política inspira o desejo pela libertação sexual.

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