Marcelo e homólogos do Mediterrâneo criam iniciativa para travar a crise climática

Presidentes de alguns países mediterrânicos querem combater a crise climática adoptando “políticas concretas”, sensibilizando o público e “inspirando em todos a ética da responsabilidade ambiental”.

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Marcelo Rebelo de Sousa e Sergio Mattarella, presidente de Itália EPA/HUGO DELGADO
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Marcelo Rebelo de Sousa e outros chefes de Estado de países europeus mediterrânicos elaboraram um documento em que se comprometem a “apoiar iniciativas de acção conjunta” contra a crise climática e a lançar um “apelo” à União Europeia sobre este assunto. A iniciativa partiu dos Presidentes de Portugal, Itália e Grécia, estando aberta à subscrição de outros chefes de Estado do flanco Sul do Grupo de Arraiolos.

O plano é uma formalização do apelo lançando, na passada semana, pelos Presidentes italiano e grego que, face aos incêndios que assolam os seus países, defenderam a necessidade de uma “iniciativa conjunta dos países do Sul da Europa” para enfrentar a emergência climática. Logo na altura, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, mostrou-se disponível para aderir à iniciativa.

A comunicação comum, a que o PÚBLICO teve acesso, tem como título Apelo para o Mediterrâneo e é subscrita por Marcelo e os seus homólogos da Croácia, Grécia, Itália, Malta e Eslovénia. Nela, os chefes de Estado destes países assumem como “dever” actuar no “esforço colectivo para travar e inverter os efeitos da crise climática”.

Pretendem fazê-lo, explicam, adoptando “políticas concretas”, sensibilizando o público e “inspirando em todos a ética da responsabilidade ambiental”. “Não só para o presente, mas também para o futuro dos nossos filhos e das gerações vindouras”, acrescentam.

Expõem os chefes de Estado que a “crise climática chegou e atingiu proporções extremamente perigosas, de tal forma que se fala agora de um ‘estado de emergência climática’”. Consideram os seus efeitos especialmente “visíveis” na região do Mediterrâneo, que dizem “gravemente” afectada e em “risco imediato de escassez de água e de electricidade, mas também de inundações, ondas de calor generalizadas, incêndios e desertificação”.

Por fim, defendem que estes “fenómenos naturais extremos” estão a “destruir o ecossistema” e a ameaçar o “modo de vida” mediterrânico, pelo que não há “tempo a perder” ou a “comprometer por razões políticas e económicas”.

Durante uma conversa telefónica, Sergio Mattarella, Presidente de Itália, e Katerina Sakellaropoulou, Presidente da Grécia, afirmaram partilhar uma “forte preocupação” relativamente à “emergência climática”. A segunda sublinhou ao primeiro “a necessidade de uma iniciativa conjunta dos países do Sul da Europa para fazer face aos riscos climáticos no Mediterrâneo”, à qual o primeiro respondeu positivamente.

A União Europeia destaca como regiões particularmente vulneráveis às alterações climáticas o Sul da Europa, as zonas de montanha, as zonas costeiras, os deltas, as planícies aluviais, o extremo Norte da Europa e o Árctico.

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